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domingo, 10 de julho de 2011

FESTIVAL DE FÉRIAS - A CASA DOS ESPÍRITOS

Domingo é dia de descansar e se esquecer do relógio, não há hora marcada para nada e existe a disponibilidade de muito tempo livre. Assim, essa é uma ótima oportunidade para assistir um filme que exige um pouco mais de compenetração. A dica de hoje é conferir A Casa dos Espíritos (1993), um dos títulos mais comentados e cultuados de todos os tempos. Desde já um aviso: apesar do nome, não há resquícios de terror ou suspense na obra. Baseado no romance homônimo escrito por Isabel Allende, este é um dos vários casos em que o casamento entre cinema e literatura deu certo e cujo resultado positivo já dura vários anos. Até hoje o livro é um dos mais procurados no mundo todo e não pára de ser republicado e o longa metragem é lembrado como um belo épico que reuniu um elenco excepcional para contar uma emocionante saga familiar ao mesmo tempo em que traça um panorama histórico do Chile da década de 20 até os anos 70 através das passagens de tempo. Também merece destaque a criação de um rico leque de personagens que permitem uma análise da obra por diversos ângulos.

Na década de 20, na América do Sul, mais precisamente no Chile, Esteban Trueba (Jeremy Irons) é um homem rude que quer fazer seu próprio destino e trabalha duro para enriquecer e poder se casar com a mulher que ama, porém nem tudo sai como esperado. Apenas com a riqueza fica. Anos mais tarde, ele acaba casando com a sua ex-cunhada, Clara del Valle (Meryl Streep), uma mulher com poderes paranormais que se culpa pela morte da irmã e por isso viveu muitos anos em absoluto silêncio. O casal vai morar na fazenda que Trueba resgatou do limbo e devolveu seu esplendor, fato que lhe gerou certo poder de influência na região. A irmã deste homem, a solteirona e amargurada Ferula (Glenn Close), também vai morar na residência e logo se aproxima de Clara e depois da filha do casal, Blanca (Winona Ryder).


O tempo passa e Trueba se envolve no mundo da política e torna-se um importante nome na região, enquanto sua filha cresce e se mostra contrária aos ideais que o pai segue. Ela se apaixona por Pedro (Antonio Banderas), filho de colonos e seu grande amigo de infância. Juntos eles têm uma filha, mas o avô da criança não aceita essa nova família formada. Os constantes conflitos acabam levando a separação do jovem casal, mas o destino ainda uniria seus nomes mais uma vez. O rapaz passa a ser um líder respeitado, mas também procurado pelo exército já que ele está por trás de um golpe que derrubou o governo. Para conseguirem capturá-lo, Blanca é sequestrada para servir de isca e é torturada pelos militares. Seu pai tenta libertá-la usando a força de seu nome, mas descobre que já não exerce poder algum e começa a questionar todos os valores que defendia até então.

A história do livro usa uma narrativa que agrega o realismo fantástico, mas acontecimentos reais levaram Isabel a escrever esta história. Desde a década de 20, o Chile vivia momentos de instabilidade na política. Os governantes ora defendiam as classes populares, ora se colocavam à favor dos mais abastados e tais jogos políticos desestabilizaram o país por várias décadas e esses fatos a autora tentou transcrever em seu texto de forma romanceada, através do cotidiano de um núcleo familiar para ilustrar e alinhavar os acontecimentos dos tempos de revolução. Praticamente, a obra se divide em duas partes, sendo a primeira dedicada ao romance e a segunda a época do golpe militar


O cineasta dinamarquês Bille August já tentava adaptar para o cinema esta obra há alguns anos, mas só conseguiu os direitos quando conquistou diversos prêmios, incluindo o Oscar de filme estrangeiro, com Pelle - O Conquistador, cerca de seis anos antes. Com seu nome atrelado ao sucesso, o diretor conseguiu fazer uma obra ambiciosa e com um polpudo orçamento, assim também foi possível contratar um elenco de peso. Irons e Meryl, como sempre, são um show a parte, assim como a já reconhecida na época Winona. Quem surpreendeu foi Banderas assumindo um papel importante e forte e tendo que se apoiar muito mais na sua interpretação do que na sua própria beleza. A Casa dos Espíritos é considerado pretensioso demais por muita gente e não ganhou os prêmios que talvez almejasse, mas é inegável que é um belo título que continua vivo na memória do público, ou melhor, da parcela de espectadores que se deram ao direito de viver por algumas horas o drama da família Trueba. Aproveite as férias para rever ou conhecer este clássico.

3 comentários:

renatocinema disse...

Gostei muito desse filme. Acho o elenco formidável e realmente de muita qualidade.

Faz anos que assisti, preciso rever urgente.

Anônimo disse...

Amo esse filme. Está entre os meus favoritos há muito!
Ótima resenha, Guilherme.
Esse filme é uma obra-prima. Já vi umas 5 vezes.
O livro tbm é incrível. Quero ter na minha estante qdo puder comprar.
Bjs ;)

M. disse...

É um excelente filme, sem dúvida. Desses que vale à éna ver de novo.

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