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quarta-feira, 6 de julho de 2011

ESQUECERAM DE... AGNES BROWNE, O DESPERTAR DE UMA VIDA

Ela tem um tipo exótico que lhe permite interpretar os mais diversos papéis. Mulheres fortes, sofridas, esnobes, excêntricas, comuns ou vilãs. Não importa. Anjelica Huston sempre dá conta do recado, pena que selecione tanto seus trabalhos, o que priva o público de desfrutar de seu talento. Conhecida por suas atuações em A Família Addams e Convenção das Bruxas, clássicos das sessões da tarde, e detentora de um Oscar por sua atuação em A Honra do Poderoso Prizzi, pouca gente sabe que a atriz também já se arriscou a trabalhar atrás das câmeras. Experiência para tanto ela tem sobra. Além de observar os trabalhos de diretores quando está atuando, dentro da própria casa ela já tinha uma verdadeira escola. Filha do cultuado cineasta John Huston, a intimidade com a direção foi passada de pai para filha. É como diz o ditado, filho de peixe, peixinho é. Em Agnes Browne – O Despertar de Uma Vida (1999) ela se divide entre viver a personagem-título e dirigir este belo drama.

Em 1967, Irlanda, Agnes Browne está passando por uma situação complicada. Após perder o marido, ela precisa dar conta de sustentar seus sete filhos e pagara suas contas, assim é obrigada a tomar pedir um empréstimo a um agiota inescrupuloso, o Sr. Billy (Ray Winstone). Para recomeçar a vida, passa a vender legumes e frutas no mercado local, onde faz amizade com Marion Monks (Marion O'Dwye), uma mulher diferente de todas as outras que havia conhecido até então. Mesmo passando por sérios problemas de saúde, ela é otimista e encoraja a nova amiga a não desistir de lutar pelo que quer. Agnes estaria disposta a esquecer definitivamente os homens, mas o tempo passa e reserva uma surpresa para ela. A novata feirante percebe que o francês Pierre (Arno Chevrier), o padeiro que se instala próximo a sua barraca, está tentando se aproximar dela com interesse amoroso. Assim, a sofrida mulher tem uma segunda chance de ser feliz e reavalia sua vida, sempre sofrida e nunca totalmente feliz em seu primeiro casamento.



Esta é a segunda incursão de Anjelica atrás das câmeras e a história é uma adaptação do romance “The Mammy”, de Brendan O´Carroll. O enredo não surpreende e quer provar ao espectador que nunca é tarde para ser feliz dispondo diversos elementos que, apesar das dificuldades pelas quais a protagonista passa no início, conspiram para sua felicidade, como o inesperado amor ainda no início da viuvez e a solidariedade de pessoas que não pensam duas vezes para tirar dinheiro do próprio bolso para ajudar quem necessita. Só mesmo em décadas passadas e em países europeus e tradicionalistas para vermos uma situação como esta em que a doação é espontânea e sem esperar algo em troca, a não ser um sorriso sincero de agradecimento.

Com muita sinceridade e emoção, a diretora e atriz construiu uma bela história com mensagem positivas e que emocionam fácil o espectador. Para muitos, a estratégia é piegas e indigna de uma pupila de um grande cineasta, mas cada um tem o seu jeito de interpretar e fazer cinema. Anjelica, até então apenas com a produção feita para a TV Marcas do Silêncio em seu currículo de direção, faz um trabalho muito sincero e competente e que cumpre o que se propõe. Agnes Browne – O Despertar de Uma Vida é um bonito filme e com o chamariz de um nome de peso a frente e atrás das câmeras. Infelizmente, o longa passou voando pelos cinemas brasileiros, teve um lançamento muito modesto na época do VHS e hoje é mais um título esquecido e que merece ser resgatado.

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