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domingo, 31 de julho de 2011

FESTIVAL DE FÉRIAS - HAIRSPRAY, EM BUSCA DA FAMA

Infelizmente as férias chegaram ao fim. Neste domingo é o último dia para muita gente aproveitar o tempo sem se preocupar com compromissos, por isso hoje a dica é assistir um filme divertido e agitado para manter o alto astral, mas já aquecer para a volta as aulas ou ao trabalho. A sugestão é Hairspray - Em Busca da Fama (2007), um musical com um elenco espetacular, mas, como todos os títulos do gênero, divide opiniões. Milhões de pessoas se renderam às gargalhadas e não resistiram e acabaram dançando ao som da animada trilha sonora. Na mesma proporção, há quem critique e até se irrite com tanta cantoria. É preciso deixar a alegria falar mais alto para poder aproveitar esta obra cujas duas horas passam voando, visto a quantidade de passagens e personagens que o roteiro oferece. O diretor Adam Shankman fez a adaptação para o cinema do famoso musical da Broadway, que inclusive já teve a versão brasileira, mas esta deliciosa história já teve outra versão cinematográfica. O excêntrico cineasta John Waters baseou-se em suas memórias de infância para criar um de seus trabalhos mais famosos, Hairspray - E Éramos Todos Jovens. O longa se tornou um cult movie instantâneo e foi sucesso de crítica e público. Tanto o filme dos anos 80 quanto o mais recente são exagerados e coloridos, mas o antigo fica em desvantagem em alguns pontos em relação a sua reinvenção. Envelheceu bastante e o visual kitsch pode incomodar, além de que não era assumidamente um musical. De qualquer forma, ambos são divertidos e marcaram época. E ainda continuam.

Em 2002, o texto do primeiro filme foi reformulado para ocupar os palcos e ganhou status de musical finalmente e foi nesta fonte que Shankman bebeu e construiu um delicioso show que diverte e ainda toca em uma ferida aberta há centenas de anos, mas que até hoje não cicatrizou totalmente: o preconceito. Tudo aqui parece tão cheio de vida justamente porque Waters pessoalmente levou o diretor a conhecer a cidade de Baltimore, o local onde as ações do longa acontecem, e passou a ele todas as suas histórias de infância que acabaram sendo retratadas no roteiro. O cineasta que até então tinha projetos modestos no currículo, como Operação Babá e Doze é Demais, teve finalmente em suas mãos um verdadeiro tesouro que soube cuidar muito bem e que atraiu um elenco sensacional, incluindo os coadjuvantes. Aliás, falando sério, não existem praticamente papéis secundários. Todos têm seu momento de brilhar, inclusive para soltar a voz e arriscar alguns passos de dança, mas é claro que as atenções caem sobre John Travolta, mantendo a tradição de um homem viver uma rotunda matriarca, tal qual ocorreu na primeira versão de cinema e na teatral, e em cima da então novata Nikki Blonsky, que esbanja energia e alegria.


Logo no início, somos convidados a conhecer o mundo em que vive a gordinha simpática Tracy Turnblady (Nikki Blonsky). Estamos nos efervescentes anos 60 e o sonho de todo adolescente da cidade de Baltimore é aparecer no programa de dança do Corny Collins (James Marsden). Tracy tem paixão pela dança e sonha em conquistar um lugar no programa contra a vontade de sua mãe, Edna (John Travolta), que sabe que o mundo é preconceituoso e que sua filha poderia sofrer decepções e ser maltratada. Mesmo assim, a garota vai com muita coragem fazer um teste, mas terá que passar pelos olhos de lince da mau caráter Velma von Tussle (Michelle Pfeiffer), a diretora do show. Ela odeia aqueles a quem considera diferente, ou seja, fora dos padrões de beleza, e até inventou o "Dia do Negro", uma data especial para que as pessoas negras pudessem dançar na TV. Reprovada, Tracy consegue uma segunda chance ao esbarrar no colégio em Link Larkin (Zac Efron), uma dos dançarinos da atração e por quem ela é apaixonada.

Collins se impressiona com o gingado da gordinha e aceita ela no elenco de dançarinos e logo ela se torna um grande sucesso, ameaçando o reinado de Amber (Brittany Snow), a filha de Velma e também participante do programa. As duas, além de disputarem o amor de Link, também duelam pela coroa do concurso Miss Hairspray. Assim, Tracy descobre o preconceito existente no mundo dos famosos e passa a ser vítima das armações da invejosa dupla de mãe e filha. Porém, ela decide usar sua fama para mudar as coisas e não está sozinha para vencer as dificuldades e conta com a ajuda de grandes amigos, como Maybelle (Queen Latifah), Penny (Amanda Bynes) e de seu pai, Wilbur (Christopher Walken). Até sua mãe acaba superando os próprios limites que ela mesma se impôs devido a sua avantajada forma física e acaba descobrindo que as coisas mudaram e que todos têm direito de lutar por seu espaço na sociedade.


Apesar do aspecto de comédia bobinha, o roteiro é inteligente e mostra de forma leve o quanto o preconceito está impregnado nas culturas. O embate entre as personagens Maybelle e Velma ressalta o tema que fica ainda mais gritante com as imposições feitas aos negros para que possam aparecer na televisão. Curiosamente, esta produção muito elogiada pela crítica e espectadores, infelizmente não chegou a receber nenhuma indicação para o Oscar, uma grade injustiça feita a um musical repleto de qualidades desde a parte técnica até as interpretações. Atuar já é difícil. Cantar e dançar nem se fala. O elenco nota mil deixa transparecer entusiasmo a cada nova cena e, acompanhados do visual colorido e do ritmo contagiante das músicas, fazem um convite ao público para participarem de um verdadeiro show em todos os sentidos. Esqueça o pé atrás com os musicais e mesmo que já tenha visto o filme antigo, não deixe de assistir. Vale a pena ver Hairspray - Em Busca da Fama mesmo que você já tenha visto antes. Essa é uma maneira excelente de fechar as férias com muito pique para o novo semestre que começa. Em dezembro tem mais "Festival de Férias".

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