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quinta-feira, 28 de julho de 2011

O BOM HUMOR DE DIANE KEATON


Ela é reconhecida como uma grande humorista, mas já brilhou também em papéis sérios e até já se arriscou a trabalhar atrás das câmeras. Para muitos a melhor época de sua carreira ficou lá atrás entre as décadas de 70 e o início da de 80, quando era a musa e companheira do cineasta Woody Allen. Diane Keaton é uma grande atriz que está em uma fase em que só quer se divertir ou então o cinema a deixou de lado. Infelizmente, ela tem se envolvido em projetos menores e que passam longe de serem marcantes, mas sua filmografia não pode ser desprezada. Ela já tem um Bafta, dois Globos de Ouro e um Oscar em sua estante. No prêmio da Academia de Cinema ela concorreu outras três vezes, curiosamente uma indicação por década. A última vez foi em 2004 com Alguém Tem Que Ceder dividindo os créditos com Jack Nicholson, ambos vivendo pessoas que estão passando pelos dilemas de envelhecer, mas sem perder o espírito jovem e até engatando um romance.

Diane Hall nasceu em 05 de janeiro de 1946 e é natural do estado da Califórnia. Ela fez o curso de artes dramáticas no Santa Ana College antes de estudar teatro em Nova Iorque. Depois de muito tempo, conseguiu entrar para o elenco principal de espetáculos da Broadway, participando inclusive como atriz substituta no famoso musical sobre hippies "Hair". Com o papel ela ganhou notoriedade e ingressou no cinema em 1970, já com o nome artístico de Diane Keaton, e, ao contrário do que acontece com a maior parte dos artistas, dois anos depois ela já conquistava um bom papel em uma grande produção: ela viveu Kay Corleone em O Poderoso Chefão (1972). Ela encarnou novamente a mesma personagem nas duas sequências do clássico lançadas respectivamente em 1974 e 1990.

Foi no início dos anos 70 que a atriz se uniu a Allen em uma respeitável jornada cinematográfica. O primeiro trabalho foi Sonhos de Um Sedutor (1972), uma adaptação de um espetáculo da Broadway em que a sua personagem tenta arranjar uma namorada para o amigo até que este percebe que a sua mulher ideal é a própria alcoviteira. Com o diretor ela ainda fez O Dorminhoco (1973), A Última Noite de Bóris Grushenko (1975), Interiores (1978), Manhattan (1979), A Era do Rádio (1987) e Um Misterioso Assassinato em Manhattan (1993), mas o maior sucesso da dupla foi Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977), produção vencedora de quatro Oscars incluindo Melhor Filme e Melhor Atriz para Diane que interpretou um papel feito especificamente para ela, uma cantora em início de carreira com uma cabeça problemática, tanto que o título original (Annie Hall) é uma junção de seu nome real e seu apelido.

A prova de amor não segurou o casal por muito tempo juntos, mas eles continuaram amigos. Ela sofria no período com os comentários maldosos de que ela só era boa atriz quando interpretava a si mesma ou então que se mantinha na ativa por causa da proteção do companheiro, isso mesmo depois de ter vivido um papel dramático em À Procura de Mr. Goodbar (1977), no qual deu vida a Theresa Dunn, uma professora comportada durante o dia, mas que a noite se acaba com bebidas, drogas e relacionamentos instáveis, tudo em busca do homem perfeito que a faria feliz. O reconhecimento definitivo de seu talento veio com a boêmia jornalista Louise Bryant que interpretou em Reds (1981) na época em que se envolveu com o diretor do longa, o também ator Warren Beatty.

Tentando dar uma nova virada na sua carreira, Diane aceitou o papel de uma mulher confusa e um pouco ingênua que se torna a ferramenta de terroristas do Oriente Médio em A Garota do Tambor (1984), mas depois disso os convites para cinema começaram a ser escassos e quando surgiam eram para produções menores. Em um momento em que tinha que tirar proveito das oportunidades, ela aceitou protagonizar uma comédia que até tinha um pouco a ver com a sua situação. Em Presente de Grego (1987) ela viveu uma mulher que de repente se viu obrigada a cuidar de um bebê e aproveitou para ganhar um dinheiro extra fabricando sopinhas caseiras. A lição: da aparente dificuldade pode surgir algo bom. Bem, na carreira da atriz, pelo menos o final dos anos 80 coisas boas não surgiram. Até dirigir um documentário, alguns clipes musicais e um episódio de um seriado ela encarou para se manter na ativa.



A era do riso

A década de 90 marcou a carreira de Diane definitivamente no campo das comédias. Ela é avessa aos títulos de humor cabeça. O negócio dela é a veia popular e assim vem conquistando fãs há mais de duas décadas. Claro que entre eles não deve haver críticos de cinema, que só lembraram-se de elogiá-la em raríssimas vezes, mas se esquecem de reconhecer os seus esforços em agradar uma platéia que dificilmente frequenta cinema e quase não tem tempo de sentar no sofá para curtir um filme: as donas de casa. Talvez pensando nelas é que a atriz fez uma parceria de sucesso com Steve Martin em O Pai da Noiva (1991) e em sua sequência lançada quatro anos depois. No primeiro, a sua personagem, Nina Banks, enfrenta ao lado do marido os percalços acerca do casamento da única filha. Já na continuação, ela vibra com a notícia de que será vovó, mas surpreende a família ao revelar que também está grávida.

Desde então, a atriz tem se dedicado a comédia simples e despretensiosas, bem no estilo para entreter a família toda ou, principalmente, as mulheres de meia-idade para cima. Sempre cercada de outras famosas e carismáticas atrizes, ela fez a mulherada dar risada com O Clube das Desquitadas (1996), Minha Mãe Quer Que Eu Case (2007) e Loucas Por Amor, Viciadas em Dinheiro (2008). Aliás esta última produção é a prova de que a atriz é uma das prediletas do público feminino. Não foi feita para cinema, mas sim para entretenimento doméstico, uma tendência dos filmes modestos, mas no Brasil chegou a ocupar as telas grandes por algumas semanas.

Alternando draminhas com toques de humor, como os simpáticos Simples Como Amar (1999), Linhas Cruzadas (2000) e Tudo em Família (2005), com verdadeiras bombas como os rascunhos de comédias Ricos, Bonitos e Infiéis (2001), Plano B (2001) e Casamento em Dose Dupla (2007), Diane vez ou outra faz um trabalho mais inspirados e que lhe rendem nomeações a prêmios como As Filhas de Marvin (1996) em que interpreta uma bondosa mulher as voltas com problemas familiares e uma doença. Porém, a atriz ainda espera que Hollywood ou algum cineasta em qualquer parte do mundo lhe entregue um grande papel para brilhar novamente. Se desde o início da carreira a atriz acumula pelo menos um grande filme por década que a leva próxima ao Oscar, ela está devendo o desta, mas só estamos no começo dela. Enquanto isso o bom humor vai guiando sua vida como sempre.

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