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terça-feira, 12 de julho de 2011

UM BEIJO POR UMA VIDA


Em 1959, mais um grande projeto dos estúdios Disney ganhava as telas de cinemas. Considerado até hoje um dos mais ambiciosos longas de animação e também a mais cara produção do gênero até então, A Bela Adormecida eternizou com muitas cores, humor, romantismo e uma boa dose de suspense o conto de fadas homônimo escrito por Charles Perrault. A equipe de desenhistas caprichou no visual construindo ambientes bem elaborados e personagens o mais próximos possível do real. Para tanto, até atores colaboraram servindo de modelos para contar a história de Aurora, uma bela e jovem princesa que foi amaldiçoada ao nascer pela bruxa Malévola, uma figura medonha que, apesar de não ser mais considerada fada ao trocar o lado do bem para o do mal, se sentiu ofendida por não ter sido convidada para o batizado. A feiticeira então lançou uma maldição sobre a menina: ao completar 16 anos de idade ela perfuraria o dedo no fuso de uma roca e mergulharia em um sono eterno. Sorte que a princesinha tinha outro presente para receber de uma fada bondosa e foi agraciada com uma possível solução, mas que dependeria do amor de um homem para funcionar. Somente um beijo de amor verdadeiro salvaria sua vida. A garota cresceu escondida na floresta na casa das fadas Flora, Fauna e Primavera, mas quando o feitiço estava prestes a se quebrar o esconderijo foi descoberto. O tal presente do mal se concretiza e com Aurora adormecida as fadinhas acabam colocando também todo o reino em um sono profundo até que um rapaz corajoso aparecesse para dar um beijo apaixonado nela.

Pouca gente sabe, mas a história do desenho é um pouco diferente daquela encontrada no livro original. Para deixar o enredo mais enxuto e dar o devido espaço a todos os personagens (apesar de que os pais de Aurora são coadjuvantes de luxo), a estrutura do texto foi modificada, sendo eliminada toda a parte final, na qual a princesa já estaria casada e com filhos, algumas passagens mais sombrias e também foi reduzido o número de fadas, que eram sete boazinhas e uma malvada. Mesmo com as modificações, a versão Disney é deslumbrante, com destaque para as cenas finais em que a bruxa se transforma em dragão em meio a uma floresta de árvores espinhentas para evitar que o príncipe salve a mocinha indefesa. Um verdadeiro show de animação em uma época que tudo era feito na ponta do lápis. Porém, a cena do beijo é a mais emblemática do longa e é considerada uma das mais românticas de todos os tempos. Encantadora e síntese literal do amor dos contos de fada, ela povoou o sonho de muitas garotinhas por várias gerações e continua até hoje, tanto é que em solo americano o desenho voltou as telas dos cinemas em diversas ocasiões. No Brasil, de tempos em tempos, o clássico é relançado para locação e vendas diretas ao consumidor. Curiosamente, esta última obra com supervisão direta e total do próprio Walt Disney não foi bem nas bilheterias, o que levou o seu estúdio a abandonar as adaptações de contos de princesas nas décadas seguintes, coincidindo também com o seu falecimento, o que certamente desmotivou as equipes de criações. Os projetos lançados entre os anos 60 e 80 também não renderem o esperado, mas conquistaram prestígio no futuro. A Disney só se reergueu exatamente trinta anos depois quando voltaram as atenções novamente aos contos de fadas. Sucesso ou não no passado, o fato é que A Bela Adormecida conquistou sua posição de destaque na história do cinema e dá uma aula de como contar uma bela história de amor escamoteando clichês e pieguices adotando um humor sutil e um pouco de suspense que fazem a diferença. Um classicão!

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