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quarta-feira, 6 de julho de 2011

FESTIVAL DE FÉRIAS - MATINEE, UMA SESSÃO MUITO LOUCA

Quarta-feira é popularmente conhecido como um dia promocional nos cinemas, mas você também pode fazer uma bela sessão de filmes em casa sem perder o clima de estar em uma sala com tela grande. Por isso a dica de hoje é curtir Matinee - Uma Sessão Muito Louca (1993), uma divertida comédia com apelo nostálgico. O diretor Joe Dante, especialista em produções tipo B, sempre gostou da união de elementos de terror e de humor e usou todo seu repertório cultural do assunto para realizar esta homenagem aos trashs movies. Em sua filmografia, a cultura de massa oriunda dos anos 50 e 60 é a sua matéria-prima básica e até Steven Spielberg já investiu em seu talento quando produziu para ele Gremlins.

A história desta comédia se passa em Key West, cidade localizada no Estado da Flórida há poucos quilômetros de Cuba. Em 1962, com a crise dos mísseis instalados pela União Soviética na ilha, o medo toma conta daquele pacato local que teme a possibilidade de um ataque nuclear. O pai de Gene Loomis (Simon Fenton) é oficial da Marinha e foi convocado para atuar nas ações desenvolvidas pelo governo norte-americano no país latino. O adolescente fica muito preocupado, mas isso não o impede de frequentar o cinema e se divertir com os filmes do produtor Lawrence Woolsey (John Goodman).


Gene é fanático por filmes protagonizados por monstros e não perde uma única matinê aos sábados. Agora, ele está ansioso para a pré-estréia do último longa de Woolsey, "O Hormiga", cujo personagem principal é um homem picado por uma formiga que foi exposta a radiação e agora ele é metade humano e a outra parte inseto. O produtor, acompanhado da atriz Ruth Corday (Cathy Moriart), vai pessoalmente à Key West para cuidar dos preparativos do evento de lançamento e prepara uma série de truques especiais para acompanhar a sessão. Sua intenção é agradar um espectador em especial: o Sr. Spector (Jesse White), o dono de uma grande rede de salas de exibição que pode se interessar pela sua obra e levá-la para outras cidades e estados, assim aumentando seus lucros nas bilheterias. Enquanto o conflito entre americanos e russos esquenta do lado de fora, dentro do cinema o clima também está pegando fogo e a criançada vibra com o homem-formiga. Porém, Gene, Dennis (Jesse lee), seu irmão mais novo, e seus amigos Stan (Omri Katz), Sherry (Kellie Martin) e Sandra (Lisa Jakub) nem imaginam o que está preste a acontecer nesta sessão.

Por trás desta divertida criação de Dante escondem-se diversas curiosidade. O personagem de Goodman é inspirado em William Castle, famoso produtor e diretor de fitas de terror com toques de humor e que também usava truques para promover suas criações, como campainhas embaixo das poltronas para soarem em momentos estratégicos ou até um esqueleto atravessando a sala de projeção para provocar o público. Recheado de citações a sucessos fantasiosos da década de 50, o próprio filme criado dentro do filme é inspirado no clássico trash A Mosca da Cabeça Branca, que por sua vez foi refilmado três décadas mais tardes com o título A Mosca. Vale ressaltar também o efeito que causam as imagens com ares de produção antiga. Elas podem ter sido propositalmente criadas na época do lançamento mesmo ou acabaram ficando assim devido a ação do tempo. Seja qual for o motivo, dá um toque nostálgico que faz a diferença.


Apesar de parecerem super datadas, as produções B continuam vez ou outra dando as caras, principalmente no mercado de locação, onde ganhou sobrevida entre os anos 80 e 90 com a popularização das fitas VHS. Mesmo hoje em dia, ainda há filmes trash pipocando por aí, assim perpetuando a arte de fazer filmes com poucos recursos, simplesmente por amor ao cinema ou para fazer a alegria da molecada. Aliás, merecem destaque algumas falas do personagem de Goodman que, apesar de pensar muito nos lucros, deixa transparecer a emoção que existe em trabalhar em produções que são puro escapismo, ainda mais em uma época como a retratada, quando não se sabia se no minuto seguinte você estaria vivo.  Matinee - Uma Sessão Muito Louca é uma agradável viagem no tempo que serve para conhecer uma importante vertente da história da sétima arte... E o melhor de tudo, com muita diversão, bem no clima das sessões-pipoca de antigamente.

Um comentário:

renatocinema disse...

É insano, maluco e "diferente". ou seja, tem a minha cara cinematográfica.

Adoro esse filme.

Não chega a ser espetacular. Mas, cumpre sua loucura.

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