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terça-feira, 19 de julho de 2011

ELA É O DIABO!


Em 1973, um gênero que estava fadado a disputar público com as comédias ou viver de nichos específicos foi salvo do limbo. O terror, cerca de dez anos antes, era dominado pelos filmes de monstros e trashs que até podiam causar um ou outro susto, mas a quantidade de risos eram superiores. Foi uma menina com o demônio no corpo literalmente que salvou o cinema de horror de afundar na lama de vez. O Exorcista chegou com tudo e espantou o mundo todo com suas conquistas, mas muito também pelas suas histórias de bastidores. Até hoje, as lendas de que a produção, elenco e até amigos ou familiares de pessoas envolvidas no projeto foram amaldiçoadas arrepiam muita gente. Bem, de pessoas próximas que sofreram algum infortúnio realmente deve ter sido apenas uma infeliz coincidência, mas de fato muitas mortes ocorreram durante as filmagens ou até mesmo algum tempo depois, incluindo o ator Jack MacGowran, que comete suicídio no início do filme, que partiu desta para melhor na vida real uma semana após concluir sua sequência no enredo. Tais boatos levaram e ainda levam muita gente a passar mal com o filme, porém, certamente contribuíram para que a aura misteriosa em torno da fita fosse perpetuada e mantivesse seu nome sempre em destaque. Não que esta produção precise disso, ela tem qualidades de sobra para sobreviver a ação do tempo, mas uma publicidade extra não faz mal algum. Uma bilheteria extraordinária, muitas indicações a prêmios, inclusive ao Oscar, coisa rara para produções do tipo, e frequentemente lembrado como um dos melhores filmes de todos os tempos, se havia alguma maldição rondando a obra, o tempo tratou de transformá-la em bênção, exceto no caso de suas continuações, totalmente desnecessárias e que não chegam aos pés do original.


O Exorcista conta a história de uma garota que aos poucos passa a apresentar um comportamento completamente diferente e assustador, como se alguma força do mal estivesse tomando conta do seu corpo. Ela é submetida a diversos exames, mas nenhuma doença é diagnosticada. Assim, sua mãe recorre a religião e pede auxílio ao Padre Merrin (Max Von Sydow), que também é um psiquiatra. Ele chega a conclusão de que a garota está possuída pelo demônio e solicita a ajuda de um segundo sacerdote, o Padre Damien (Jason Miller), especialista em exorcismo, para tentar livrar a menina desta terrível possessão. Juntos, eles passam por uma aterrorizante experiência que deixa o espectador roendo as unhas. Apesar de tantos anos se passarem, a produção continua provocando bons sustos, mas é claro que não causa o mesmo impacto que antes. Naquela época o mundo já estava um caos com muita violência, protestos, famílias se desfazendo e a fé estava em crise, praticamente o mesmo mundo de hoje, cenário ideal para o demônio aprontar, porém, já vimos coisas bem mais nojentas e impactantes no cinema do que uma menina vomitando algo verde ou mutilando a si mesma, mas é inegável que, graças a uma excelente fotografia e iluminação, o clima sombrio permanece vivo e é bem melhor do que muitas fitas de terror ou suspense atuais. A cena em destaque é uma das tantas impressionantes protagonizadas pela atriz Linda Blair que, talvez por causa da tal maldição, não conseguiu levar sua carreira adiante. Sucesso ou não, ela pode se dar por satisfeita de ter pelo menos uma obra memorável em seu currículo. Seja com seu rosto puro e ingênuo do início, passando pela endiabrada menina que vira a cabeça ou desce as escadas de forma peculiar e até chegar na figura mais próxima possível do coisa ruim, cada cena sua certamente jamais será esquecida por quem a viu. E pensar que tem gente com crédito em dezenas de filmes, mas nenhuma passagem marcante...

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