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quinta-feira, 14 de julho de 2011

NICOLE KIDMAN, O RETRATO DE UMA MULHER DE SUCESSO


Ela sempre foi um das mulheres mais bonitas do cinema, estampou diversas capas de revistas no mundo todo, mas quase até completar duas décadas de dedicação ao cinema seu potencial de atriz ainda não havia sido testado e aprovado por completo. Nicole Kidman se tornou um nome forte e rentável nos anos 90, mas seu talento só foi reconhecido a partir de 2001 quando, por coincidência ou não, ela se separou de Tom Cruise, com quem foi casada por mais de dez anos. Assim, o seu brilho finalmente foi revelado e ela deixou de viver a sombra do marido famoso. Bem, era dessa forma que muita gente a via, uma mulher que se beneficiava da fama do companheiro, mas sua filmografia prova que, salvo um ou outro trabalho que fizeram juntos, ela não necessitava de um apoio do tipo para subir um por um os degraus do sucesso. E foi assim mesmo que aconteceu. O título do texto complementa o nome de um famoso filme da estrela, Retrato de Uma Mulher (1996), feito na época do auge da alcunha "Sra. Tom Cruise".

Nascida no Havaí, Nicole viveu poucos anos da sua infância em solo norte-americano. Com três anos de idade, sua família se mudou para Sydney, na Austrália, onde passou boa parte da sua vida e deu os primeiros passos da sua carreira de atriz. Por isso muitos a consideram uma legítima australiana. No início da profissão, a moça se dividiu entre produções de cinema e outras feitas para televisão, mas sempre em filmes menores e com papéis pequenos ou de pouca importância para sua filmografia. A primeira grande oportunidade veio em 1989 quando atuou em Terror a Bordo ao lado de Billy Zane e Sam Neill, uma história de suspense sobre um casal de velejadores que resgata um sobrevivente de naufrágio em alto mar e aí você já deve imaginar o restante do enredo. Apesar de ser uma produção extremamente convencional e manjada, foi a porta de entrada para o mundo do cinema-pipoca.

No ano seguinte, em 1990, participou de Dias de Trovão, um filme que enfoca o mundo das corridas automobilísticas, um tanto desinteressante hoje em dia, mas um sucesso na época. Durante as filmagens ela conheceu Cruise e instantaneamente o casal virou o queridinho dos tablóides. A fama dos dois levou produtores de Hollywood a investir em um grande trabalho para marcar a união também na história do cinema. Um Sonho Distante (1992), um filme de época no qual interpretou uma jovem cansada do modo de vida tradicional dos pais e ansiando por ser moderna, foi produzido em meio a muitas expectativas, mas o resultado de bilheteria e de público foi aquém do esperado. Eles voltariam a atuar novamente juntos em 1999 mais uma vez em um projeto que gerou mais polêmicas que dinheiro. Tiveram a honra de protagonizar o último filme do cultuado cineasta Stanley Kubrick, De Olhos Bem Fechados, um projeto conturbado que parecia não ter fim devido ao perfeccionismo do diretor. Entre um lançamento e outro, Nicole e Cruise eram obrigados a voltarem aos sets de filmagem da obra para refazer cenas. Esforço em vão. Hoje o filme é mais lembrado por exagerar no erotismo e se havia alguma mensagem para reflexão ela ficou perdida no tempo.

A partir de 1995, a carreira da atriz começou a ascender cada vez mais. Neste ano, protagonizou Um Sonho Sem Limites ao lado de Matt Dillon interpretando uma repórter de TV capaz até de matar para alcançar o sucesso, papel que lhe rendeu diversas indicações a prêmios e até um Globo de Ouro. Depois, foi escolhida para ser a mocinha que encantaria Val Kilmer em Batman Eternamente, praticamente uma coadjuvante de luxo. Nos anos seguintes, aliou seu poder de atrair público aos cinemas com George Clooney no thriller de ação O Pacificador (1997) e com Sandra Bullock no romance fantasioso Da Magia à Sedução (1998).


Virada radical

Após terminar seu relacionamento com Cruise, os tablóides ficaram ávidos por fofocas envolvendo o casal, mas precisaram dividir espaço nos noticiários para destacar a virada que Nicole deu em sua carreira. Primeiro surpreendeu ao soltar a voz e dançar no cultuado Moulin Rouge (2001), um renascimento para o gênero musical no qual ela viveu uma cortesã e deixou muita gente de queixo caído com sua atuação. Poucos meses depois, no mesmo ano, o público pôde ver mais um excepcional trabalho da intérprete, Os Outros, no qual fez o papel de uma mãe que vive sozinha com seus dois filhos pequenos em uma mansão isolada e que parece ser assombrada. Duas interpretações de tirar o chapéu em tão pouco tempo resultaram em diversas indicações a prêmios e algumas até vingaram. É até difícil saber em qual das duas produções ela está melhor, mas o Oscar optou por indicá-la pelo musical. Não levou a estatueta, infelizmente, mas no ano seguinte ela veio pela reencarnação da escritora Virgínia Woolf em As Horas, um belíssimo drama que intercala três histórias fortes sobre mulheres em momentos de dúvida em suas vidas.

Com tantos trabalhos bem avaliados pela crítica, Nicole passou a ser recrutada por cineastas consagrados como Lars von Trier para Dogville, um filme difícil e atípico que gerou alguns atritos entre a estrela e o diretor, e Anthony Minghella para seu épico Cold Mountain no qual ela interpreta a típica mocinha dos romances de antigamente, uma jovem sonhando com o seu grande amor que estava lutando na guerra. Esses dois projetos não foram bem sucedidos financeiramente e a crítica não teve medo de tecer alguns comentários ruins não se curvando ao peso que os nomes dos diretores envolvidos representavam. A partir de então, a atriz entrou em uma maré baixa, com projetos mal sucedidos como o suspense de ficção Invasores e a aventura A Bússola de Ouro, ambos de 2007. Outros trabalhos cumpriram o que prometeram, mas não empolgaram as platéias e até foram mal interpretados como o drama Reencarnação (2004), que vendeu a falsa impressão de ser um filme sobre espiritismo, e a comédia A Feiticeira (2005), que o público esperava que seria uma produção idêntica ao antigo seriado de televisão.

Em 2008, novamente a estrela se envolveu em um projeto ambicioso tentando reciclar velhas fórmulas dos clássicos do cinemão americano. Assim é Austrália, um épico considerado por críticos como pretensioso e longo demais, mas na medida certa para que os fãs de Nicole pudessem se deliciar com seu talento e beleza. Depois de um trabalho tão puxado, ela participou de outro trabalho ousado, mas bem mais tranquilo. Novamente ela soltou a voz em uma pequena participação em Nine (2009), onde interpretou uma das musas inspiradoras de Daniel Day-Lewis, mas entre tantas mulheres em cena e cada uma com seu momento para brilhar e cantar, é certo que sua presença foi enfraquecida se comparando com a atuação de outras como Penélope Cruz.

Depois de anos sem ser indicada ao Oscar, ela foi novamente lembrada pela Academia de Cinema por Reencontrando a Felicidade (2010), um modesto drama que não causou muito impacto e passou voando pelos cinemas brasileiros, até porque passa a falsa impressão de que o filme se apóia totalmente em sua atuação. Mesmo com os altos e baixos da carreira, talvez por alternar o cinema comercial com outros trabalhos mais refinados, coisa que os críticos adoram detonar, Nicole Kidman continua sendo um nome com forte poder de atração e certamente bons projetos não lhe deve faltar. Os seus fãs aguardam ansiosos por mais uma grande interpretação sua.

Um comentário:

renatocinema disse...

Adoro as atuações de Kidman, pós Cruise.

Amo suas atuações em As Horas e em Dogville.

Entre altos e baixos, entendo que sua carreira melhorou muito nos últimos anos.

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