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quarta-feira, 13 de julho de 2011

FESTIVAL DE FÉRIAS - CARROS

Férias de julho geralmente é regalia dos estudantes. Os adultos conseguem, com sorte, alguns dias ou semanas para descansar. Por isso é comum neste período um montão de desenhos animados invadirem os cinemas e a gurizada já fica atenta. Em casa, também são diversas as opções de animações para gostosas sessões da tarde e agradar toda a família. Hoje a dica é assistir Carros, um grande sucesso da Pixar e distribuído pela Disney. Aproveitando que já foi lançada a sequência, esta é uma boa hora para curtir as aventuras do carro de corridas Relâmpago McQueen e seus amigos mecânicos. O interessante roteiro tem ótimas sacadas e provoca riso fácil ao transportar situações do cotidiano dos humanos para o mundo habitado pelos automóveis. Até algumas piadas envolvendo alguns títulos de sucesso do cinema constam no roteiro, porém essas piadas não devem ser compreendidas pelas crianças, tampouco atrapalhar a diversão.

O carro de corridas Relâmpago McQueen é muito ambicioso e quer se tornar o primeiro estreante a vencer a Copa Pistão, mas a fama lhe sobe no motor e ele acredita que pode fazer tudo sozinho, sem necessidade de uma equipe de apoio. A arrogância acaba lhe custando o seu sonho. Na última volta, os seus dois pneus traseiros estouram e assim os principais adversários, o ídolo conhecido como O Rei (Richard Petty) e o traiçoeiro Chick Hicks (Michael Keaton), cruzam a linha de chegada juntos, o que leva a uma corrida extra na Califórnia para que aconteça o desempate. Relâmpago deseja ir até o local ainda com esperanças de que o jogo ficasse favorável para o seu lado e pede ajuda ao caminhão Mack (John Ratzenberger). Ele deseja chegar antes dos outros competidores e insiste para que a viagem não tenha interrupções. O problema é que Mack acaba dormindo durante o trajeto, o que faz com que a caçamba se abra e seu amigo que também estava dormindo seja largado em plena estrada. Ao acordar, Relâmpago se vê sozinho e chega à pequena Radiator Springs, uma cidade do interior pouco movimentada e onde ninguém nunca ouviu falar nada de sua fama ou no tal campeonato do qual ele participa. Por ter destruído a principal rua da local, o esnobe carro é obrigado a asfaltá-la novamente. Sem poder ir embora, aos poucos ele faz amizade com os habitantes, como o divertido Mate e a inteligente Sally, e aprende importantes lições de vida e que ninguém pode viver sem companhia.


Brinquedos, insetos, animais marinhos, monstrinhos... A Pixar tem uma tradição de privilegiar em suas obras os objetos e animais e deixar os humanos como meros coadjuvantes, mas após Os Incríveis, onde os seres de "carne e osso" eram a atração, a empresa radicalizou e venceu o desafio de criar um universo onde as máquinas movidas a combustível são os habitantes e humanos não tem vez. Adaptando as partes da frente dos carros para transformar em rostos, o resultado é impressionante e cada um dos personagens consegue transmitir os sentimentos e expressões como se fosse uma pessoa. O diretor John Lasseter é apaixonado por carros e queria realizar um trabalho que exaltasse a importância de ter a família e os amigos por perto na hora de alguma comemoração. Assim, uniu o útil ao agradável ao abordar o desejo de um carro em se tornar o grande campeão de uma corrida. Felizmente ele não se prendeu ao mundo desse esporte (pelo menos não no primeiro filme) e transferiu a história para uma pequena cidade para aplicar o velho choque entre culturas. Relâmpago vem do sucesso, dos flashs, das entrevistas e de onde levava uma vida confortável. Acabou caindo em um pacato local onde ele não é nada mais que um visitante comum e onde todos têm um estilo de viver muito simples.

A abertura empolgante, com música agitada e muitos fotogramas por segundo, é muito eficiente ao apresentar o protagonista, seus adversários e dar uma situada no espectador sobre o mundo das corridas. O início é bem o oposto do que vem a ser a temporada de Relâmpago em Radiator Springs. O clima bem interiorano é propício para uma história que deseja transmitir boas lições de vida. Apesar da Disney ainda na época tratar da distribuição e promoção das animações da Pixar, não tem como dizer que a empresa não influenciou na produção. O enredo edificante focando a superação de problemas e os personagens carismáticos e divertidos já são tradições do estúdio do Mickey Mouse e se fundiram muito bem ao estilo criativo e ao ritmo frenético da empresa de desenhos considerados moderninhos. Nessa parceria, cada uma entrou com o que faz melhor, mas no fundo as duas dominam muito bem as técnicas para construir um belo visual e um roteiro inteligente. Um casamento perfeito.


O enredo, é preciso ressaltar, faz um retrato da sociedade norte-americana, ou melhor, de todas as cidades grandes em qualquer parte do mundo, criticando o progresso a qualquer preço, o crescimento desenfreado dos grandes centros urbanos e a falta de solidariedade. A paisagem cinza e engessada acaba soterrando o que há de bom e bonito do cotidiano. O vilarejo dos carrinhos não se modernizou e acabou ficando esquecida. Quando passa alguém por perto, isso é motivo de festa e de tentar trazer lucros ao local, bem no estilo das cidadezinhas reais. O progresso trazendo novidades e o individualismo em contraponto ao antigo com suas tradições e espírito de coletividade, eis a grande reflexão que Carros traz à tona e que o torna uma interessante opção para se divertir e aprender algo. Programão para as férias e para todas as idades.

2 comentários:

renatocinema disse...

Adoro animação e Carros foi um dos que menos gostei. Porém, explico. Não sou grande fã de automóveis e velocidade. Ou seja, não me atraiu tanto.

Gostei do desenho. Mas, acho que não é dos melhores que saíram nos últimos anos. Prefiro: Monstros, Shrek, A Viagem de Chihiro.

Guilherme Z. disse...

Eu também não sou fã de automóveis e acho que por isso que só fui assistir com a atenção "Carros" agora em 2011 justamente para escrever o texto e por causa da continuação. Não é ruim, mas acho que a Pixar tem produtos melhores.

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