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domingo, 29 de janeiro de 2012

FESTIVAL DE FÉRIAS - MAMMA MIA!

Hoje é o último dia desta temporada do "Festival de Férias" e para encerrar nada melhor que assistir a um filme alto astral e que tem o clima ensolarado do verão e de férias (se é que alguém no Brasil conseguiu curtir razoavelmente o sol em janeiro já que choveu em praticamente todas as regiões o mês todo). Mamma Mia! pode ser considerado a tradução cinematográfica do que um período de descanso significa. Do início ao fim, o espectador é convidado a participar de uma verdadeira festa que parece não ter hora para acabar e, de quebra, se deliciar com um passeio por belas paisagens gregas, embora a maioria tenha sido inserida através de computação gráfica, mas isso é só um detalhe. Em meio a tanta diversão e descontração quem vai ficar procurando defeitos? Bem, não é todo mundo que deixa seu espírito alegre aflorar com esta produção.

Como todos os filmes, esta comédia romântica travestida de musical tem um grande número de fãs, mas na mesma quantidade coleciona desafetos. A idéia é unir uma história água com açúcar com hits de sucesso do passado, no caso, as canções do extinto grupo ABBA. Pensado primeiramente como uma produção para os palcos ainda na década de 1980 para aproveitar os últimos resquícios da era da discoteca, o projeto só se concretizou em 1999 pelas mãos da diretora Phyllida Lloyd. Apostando na nostalgia, o sucesso foi tanto que os anos foram se passando e a Broadway continuou abrigando este show musical e versões locais passaram a existir em diversos países, inclusive no Brasil. Porém, o espetáculo só foi parar nos palcos de poucas cidades brasileiras graças ao enorme sucesso que o filme fez por aqui. Dirigido pela mesma diretora teatral e mantendo praticamente todo o roteiro da peça dificilmente as coisas poderiam desandar, pelo menos para aqueles que procuram diversão sem ter que gastar o mínimo de cérebro.

Falar que esta produção é acéfala e para público idem não é correto. Desde a concepção da idéia nunca houve a intenção de fazer algo revolucionário ou que colocasse as platéias para pensarem, pelo contrário, o objetivo é simplesmente entreter e ser uma opção escapista. A trama começa as vésperas do casamento de Sophie (Amanda Seyfried) com Sky (Dominic Cooper), dois jovens que se amam, mas o plano de uma união de papel passado e com bênçãos religiosas é muito mais um desejo da mocinha ou até mesmo um capricho. Ela sempre viveu com a mãe, Donna (Meryl Streep), que nunca revelou quem era seu pai, mas quando a garota encontra um antigo diário dela surgem pistas de três homens e um deles provavelmente é a pessoa que ela tanto procura. Assim, a noivinha envia convites do casório para Sam (Pierce Brosnan), Bill (Stellan Skarsgard) e Harry (Colin Firth), mas Donna nem desconfia e leva um baita susto quando o passado literalmente bate a sua porta. Detalhe, os três convidados só descobrem na ilha grega que todos se relacionaram com a mãe de Sophie e que um deles é o pai da jovem. E Donna, por sua vez, tentará expulsá-los de lá o quanto antes para que seu segredo não seja revelado.
Os homens estão nesta história como coadjuvantes quase figurantes, embora Cooper se esforce na cantoria e Brosnan passe da conta na hora de soltar a voz. O filme tem alma feminina e os melhores papéis são das mulheres. Meryl como sempre arrasa e chama para si todas as atenções, ainda mais pela invejável disposição que apresenta mesmo já tendo passado dos 60 anos, e Amanda é a mocinha sonhadora e viu sua carreira deslanchar depois desta participação. Além delas, Julie Walters e Christine Baranski são as responsáveis pelas melhores cenas de humor. Vale ressaltar que todo o elenco canta ao longo do filme e tem ao menos um número para chamar de seu. Aqui as músicas se encaixam perfeitamente à narrativa e não tem aquela história de frases serem orquestradas e artistas sem motivo algum saírem por aí dançando. Pensando bem até tem, mas são cenas bem menos vexatórias em comparação a outros musicais, embora as letras das canções nas traduções soem um tanto estranhas (não há tradução na dublagem, só nas legendas).

Sonoramente falando, as canções contagiam com suas melodias e ficam ainda mais vibrantes para os espectadores porque os próprios atores soltaram a voz não só no estúdio de gravações de músicas, mas também cantaram durante as filmagens das cenas, o que deixa tudo muito mais realista e sem aquela sensação de dublagem. A trilha sonora é um apanhado de sucessos do grupo ABBA, sendo o clímax de tudo a longa sequência dedicada ao hit "Dancing Queen" que também ganha espaço durante os créditos finais com as estrelas maduras do elenco fazendo uma performance hilariante. Já a segunda música da conclusão com a participação dos homens é de deixar qualquer um ruborizado e constrangido. A canção é animada, mas ver os atores de roupas brilhantes e sapatos plataformas é motivo para gargalhar ou até chorar e destoa demais no conjunto. Mas Mamma Mia! é isso mesmo. É um festejo a liberdade e a alegria em que pensar em tristezas ou coisas lógicas não faz parte do roteiro. Podem falar o que for, mas dificilmente alguém consegue assistir ao filme sem ao menos dar umas batidinhas de pé no chão ou perder a vergonha e levantar do sofá para dançar. E a grande Meryl Streep deixa para trás de uma vez por todas a sua imagem de atriz somente para papéis dramáticos. Dentro dela existe uma criança que adora se divertir e aproveita ao máximo quando lhe dão a chance.
No Brasil, dizem que o ano só começa depois do carnaval, mas para aqueles que ainda têm um tempinho de férias, aproveitem ao máximo. Em julho tem o terceiro "Festival de Férias".

2 comentários:

Tiago Britto disse...

O filme é muito divertido e a peça achei melhor ainda! Bela dica!

Amanda Aouad disse...

Pois é, as músicas do ABBA e a presença de Meryl Streep por si só já transformam o filme em algo agradável. É uma grande diversão, sem maiores compromissos.

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