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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

FESTIVAL DE FÉRIAS - AS LOUCURAS DE DICK E JANE

Férias, clima de curtição e quando procuramos um filme engraçado dificilmente não nos lembramos de Jim Carrey com suas caras e bocas que se para alguns provocam riso fácil para outros não passam de carcaterísticas de um bocó irritante. Quem aprecia comédias rasgadas certamente aprova as atuações do ator que vira e mexe tenta (e consegue) expor seu talento dramático, mas inevitavelmente está sempre com um projeto cômico engatilhado. Em As Loucuras de Dick e Jane (2005) mais uma vez ele não decepciona a quem curte seu jeito elétrico e despachado de atuar. Este filme é uma refilmagem de um trabalho da década de 1970 chamado Adivinha Quem Vem Para Roubar, mas só a premissa foi mantida. A história foi reformulada e adaptada para os novos tempos, sobrando até rápidas piadas críticas a respeito da imagem do imigrante latino nos EUA. Porém, o foco mesmo é fazer graça com piadas acerca de escândalos administrativos, algo muito em evidência na época do lançamento, usando o astro da comédia como o laranja de uma operação fraudulenta.

Dick (Carrey) e Jane Harper (Téa Leoni) formam um casal feliz com um filho pequeno e que vive confortavelmente, mas eles querem mais e a grande chance chega quando o patriarca do clã é promovido repentinamente a chefe de uma grande corporação a qual se dedica há vários anos. Achando que vai ganhar horrores, o casal passa a comprar todos os bens de consumo que tanto desejavam, porém, a farra dura pouco. Logo vem a tona a notícia da falência da empresa devido a um desvio de dinheiro gigantesco feito pelo desonesto presidente da mesma, Jack McCallister (Alec Baldwin), e a bomba estoura nas mãos de Dick. A partir daí vemos uma série de esquetes cômicos nos quais os mais novos falidos da praça tentam reconquistar o padrão de vida que tinham ou ao menos não morrer de fome praticando roubos. Essa é a deixa para Carrey usar seu potencial físico e vocal para provocar humor seguido de forma tímida por sua parceira que parece transparecer preocupação ou ser mais sensata. Não se pode condená-los totalmente pela decisão de enveredarem por um caminho desonesto. Eles tentaram ganhar a vida de forma digna antes da vida de crimes. Dick suou a camisa para trabalhar como recepcionista de um supermercado e Jane se meteu até a ser cobaia para experimentar remédios e cosméticos em fase de testes. Como nada deu certo, fazer o que?


O diretor Dean Parisot, o mesmo da comédia pouco vista Heróis Fora de Órbita, foi esperto ao mudar o enfoque da ação da sua trama. O filme original, que em inglês levava o mesmo nome da produção de 2005, mostrava as desventuras de um casal que se meteu a cometer crimes porque a mulher gastava mais do que o dinheiro dos dois juntos podia pagar. A versão modernizada ganhou mais ritmo e afinidade com os espectadores ao lidar com o tema de golpes de empresas em que os inocentes é que acabam pagando o pato. Dick e Jane ganham a simpatia imediata de quem os assistem por serem pessoas que encaram a situação de dificuldade de forma bem humorada acrescida de uma revolta desconsertante que os leva até mesmo a roubar a grama dos vizinhos e ameaçar balconistas de lanchonetes com uma arma de brinquedo. Porém, algumas cenas de ação criminosas são descabidas como as que Carrey aparece como um travesti ou trajando uma roupa de mergulho. Ainda assim, ele está mais contido do que de costume no papel. Deve ser porque ele tem consciência que o nome de seu personagem divide espaço com o de sua companheira no título e ambos têm que aparecer.

Escrito por Judd Apatow (em parceria com Nicholas Stoller), o homem que aparentemente de um novo fôlego ao gênero comédia com O Virgem de 40 Anos, esta obra não é inovadora. Tem diversos clichês, sequências previsíveis, uma trama final enrolada e a conclusão todos sabem qual vai ser sem nem mesmo assistir uma única cena. Ainda assim, o humor impregnado na narrativa é cativante e as diversas críticas contemporâneas ajudam a manter o interesse, chegando a colocar os dois candidatos a criminosos a praticar crimes com as máscaras de Bill e Hillary Clinton (poderosos e criticados na época) e ironias envolvendo o governo de George W. Bush (talvez um dos presidentes mais odiados e ironizados da história americana ou até mesmo mundial). Qutra grande sacada da obra para não ser descartável e até ser lembrada por anos e anos é fazer referências e anedotas a respeito do caso Enron, a sétima maior companhia do mundo na década de 1990 e que foi envolvida em um escândalo culminando com seu declínio.


Mesmo querendo ter características para se tornar um trabalho considerável anos depois de seu lançamento, o mais provável é que este filme hoje em dia seja apenas uma boa comédia para passar o tempo cujas citações a fatos verídicos de sua época sejam dissolvidos ano após ano até não significarem absolutamente nada para quem veja no futuro. Ainda que este trabalho tenha um melhor resultado até pouco mais da metade no conjunto ele funciona bem porque faz valer a força do título. É quase impossível imaginar Dick e Jane interpretados por outros atores. Carrey e Téa formam um casal crível e que comove o espectador com a relação de amor e cumplicidade entre eles, o que já é o bastante para atrair o público-alvo. Vale ressaltar que o longa não traz a tona a mensagem piegas de que o dinheiro não traz felicidade, mas reforça que o amor da família e ter o nome limpo e digno, por exemplo, valem muito mais, além é claro do final fazer claramente jus ao ditado de que o crime não compensa. Mais cedo ou mais tarde se paga pelo erro. As Loucuras de Dick e Jane é sem dúvidas uma boa opção para todas as idades, seja pela primeira vez ou para um repeteco.

2 comentários:

Marcos Rosa disse...

Esse é demais, está na lista das melhores comédia do Carrey.

Luís disse...

Esse filme já não significada nada pra mim, nem precisou que eu esquecess os fatos a que ele alude - simplesmente nunca gostei dessa comédia, que acho bastante chata. Léa Teoni e Jim Carrey em situações sofríveis e incômodas, que parecem estender o filme ainda mais.
Realm ente, não gosto.

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