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domingo, 11 de dezembro de 2011

FESTIVAL DE FÉRIAS - CARTAS PARA JULIETA

Neste domingo a dica é viajar através do cinema para a ensolarada, romântica e pitoresca cidade de Verona, na Itália, palco da famosa história de Romeu e Julieta. Não por acaso o nome da protagonista da famosa obra de William Shakespeare também está contido no título da sugestão. Cartas Para Julieta (2010) é um romance com altas doses de açúcar, um belíssimo cenário, um clima bucólico inquestionável e um roteiro bem convencional e previsível, ou seja, a fórmula perfeita para encantar os eternamente apaixonados e principalmente o público feminino, mas também certeiro para irritar os críticos especializados. Claro que quando uma produção se propõe a inovar e consegue fazer isso com sucesso é motivo para festejar e elogiar, porém, não se pode condenar e detonar um trabalho que assumidamente é repleto de clichês e oferece o prato feito convencional, afinal de contas o longa provavelmente nunca teve as intenções de oferecer mais do que isso. Talvez se houvesse um fim trágico como no conto citado do escritor europeu este trabalho tivesse um respeito maior.


A história é bonitinha e para muitos esquecível em pouco tempo, mas é fato que o filme já se tornou um clássico romântico moderno e caiu no gosto popular, principalmente entre as adolescentes, até porque a protagonista é uma estrela em ascensão. Amanda Seyfried desde que estrelou o musical Mamma Mia tem emendado diversos trabalhos e aqui encontrou mais uma chance para perpetuar sua imagem de moça. Ela interpreta Sophie, uma jovem que é noiva de Victor (Gael Garcia Bernal), e eles decidem fazer uma viagem para uma bela cidade italiana para recuperar o romantismo da relação que não anda muito bem. Porém, o rapaz quer ter seu próprio restaurante e se tornar um grande chef de cozinha e não resiste as tentações de conhecer a culinária, os vinhos e os temperos daquela terra. A namorada então acaba dispensando seu tempo ajudando um grupo de voluntárias a responder cartas pedindo conselhos amorosos endereçadas a "Casa de Julieta". Ela se interessa por uma escrita em 1951 por Claire (Vanessa Redgrave) que relata que se apaixonou na juventude, mas deixou a oportunidade de ser feliz escapar. Sophie responde e se surpreende ao ver que suas palavras incentivaram a agora velha senhora a viajar até a cidade em busca de seu grande amor do passado.


Claire vem acompanhada de seu neto, Charlie (Christopher Egan), um jovem rabugento que acha toda essa história de reencontrar o amor uma grande bobagem, mas mesmo assim aceita participar da peregrinação com sua avó e Sophie em busca do tal homem, mesmo sabendo que existem dezenas de homônimos pela região. Esse período acaba aproximando os dois jovens que passam a dividir seus problemas, sonhos e decepções. Bem, nem precisa mencionar qual será o final dos personagens, mas o que interessa é o recheio, bem docinho para agradar ao paladar dos românticos de plantão, mesmo sendo previsível cada nova sequência. Até uma varanda no melhor estilo época e adornada com plantas aparece em pelo menos duas partes para reforçar o clima conto de fadas ou assumidamente teatral e shakesperiano.

Este foi o último trabalho do diretor Gary Winick, especialista em comédias românticas e que fez produções como Noivas em Guerra e De Repente 30. Tachadas de piegas e medíocres, suas obras são pautadas pela cartilha que regem há décadas o gênero em que se especializou e ele parece não se envergonhar em usar e abusar dos clichês e não modificá-los. Ele usa cores chamativas para compor o visual, eleva a trilha sonora para ajudar a platéia se arrepiar, coloca atores bonitos em cena e logo nos primeiros minutos de projeção já diz a que veio e como vai terminar seu trabalho. Aqui, porém, existem alguns equívocos perceptíveis, mas que não chegam a estragar o filme. A premissa interessante vai se tornando cansativa, a duração poderia ser reduzida, e o elenco masculino aparece só de adorno. Franco Nero, marido de Vanessa Redgrave na vida real, dá o ar da graça no final como o namorado desaparecido e não tem muito que fazer. Christopher Egan é o mocinho da história, mas não tem carisma e é difícil torcer por sua felicidade. O que chama mais atenção negativamente é o fato de Gael Garcia Bernal estar interpretando um personagem que qualquer novato poderia fazer. Ele já está em outro patamar da carreira e no mínimo deveria ser o galã. Erro de escalação ou oportunismo para chamar a atenção do público com uma ponta do astro que Hollywood importou.


O encontro de uma veterana atriz e outra ainda em início de carreira é o grande destaque. Ambas aparecem bem a vontade em seus papéis e existe uma química boa entre elas que consegue ultrapassar a tela e tornar verossímil a amizade entre pessoas que os vários anos de idade separam, mas a busca pelo amor verdadeiro trata de unir. Elas conseguem trazer dignidade ao batido roteiro e envolver o espectador, até porque a história de Claire reflete uma realidade que muitas senhoras viveram ou ainda vivem, já que no passado a obediência a família e compromissos trataram de ceifar muitos relacionamentos acerca do mundo todo. Exposto tudo isso, fica nítido que não há muito que cobrar de Cartas Para Julieta, um projeto que já nasceu com o intuito de fazer seus espectadores sonharem e não esquentarem a cabeça. Ótima pedida para assistir com toda a família em uma tarde domingo. Para os homens, bem, um programa familiar as vezes faz bem e as bonitas paisagens italianas tanto rurais quanto urbanas devem servir de distração. E cai entre nós, um final feliz nunca é demais.

Um comentário:

renatocinema disse...

Para um domingo....nada melhor que um filme bonitinho. kkk

Gostei do filme.

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