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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

FESTIVAL DE FÉRIAS - CLICK

O dia-a-dia pode ser um tanto estressante devido aos compromissos profissionais e com a família. Quem nunca imaginou poder se livrar dos problemas mesmo que por alguns minutos todos os dias ou então por controlar o tempo e as pessoas de acordo com sua vontade? A solução poderia estar na ponta dos dedos. Basta um simples toque em um controle remoto para calar ou congelar pessoas, voltar no tempo ou avançar para o futuro, enfim, uma infinidade de coisas poderia ser feita com esse aparelho para tornar o seu dia o mais agradável possível. Em cima dessa fantasia é que se apóia comédia Click, uma agradável produção que não promete mais que diversão, mas olhando um pouco atentamente pode se tornar uma lição sobre o que fazemos com o nosso tempo. Não dá para simplesmente viver no passado. Querer chegar rapidamente ao futuro também pode não ser um bom negócio. O jeito é viver o máximo que puder e da melhor forma possível o presente.


A história gira em torno de Michael Newman (Adam Sandler), um jovem que é casado com Donna (Kate Beckinsale) com quem tem dois filhos, Ben (Joseph Castanon) e Samantha (Tatum McCann). O rapaz está passando por um período de crise com a família, não por sua vontade, mas sim por causa de seus compromissos profissionais em um escritório de arquitetura que lhe exige demais. Ele obedece as ordens como um cordeirinho porque deseja chamar a atenção de seu chefe Ammer (David Hasselhoff). Dessa forma, o workaholic perde importantes momentos familiares, como um acampamento no fim de semana ou a competição de natação de seu filho, aliás, um garoto que ele próprio não consegue reconhecer debaixo d'água. Coitado do menino se um dia se afogar em uma piscina lotada e depender do pai. Tais situações fazem com que as crianças vivam entediadas e sua esposa sempre aborrecida.




Uma noite, exausto de um dia cansativo de trabalho e das cobranças da família, Newman passa por mais um estresse.  Com dificuldades para encontrar qual dos vários controles que tem em casa liga a sua televisão, ele decide pelo menos colocar um basta nesta situação e vai comprar um controle remoto que seja universal, ou seja, um que funcione para todos os aparelhos eletrônicos que possui. Ao chegar na loja de estranhíssimo nome "Cama, Banho & Além", o rapaz encontra Morty (Christopher Walken), um excêntrico funcionário do local que lhe oferece um aparelho semelhante ao que está procurando, mas ainda em fase experimental. A nova invenção, além de controlar TV, som, luzes, entre tantas outras coisas ainda acumula funções que são um verdadeiro sonho para quem quer se livrar de problemas com a família, amigos, chefe, vizinhos e até com o cachorro. Só que o seu uso abusivo e impulsivo pode trazer outros contratempos, mas quando a pessoa cai em si pode ser tarde demais. Surpresa! A invenção não oferece a opção de voltar ao passado.

A mistura de humor baseado em situações visuais e algumas pitadas de drama leve consegue agradar crianças, jovens, adultos e velhinhos. É literalmente uma comédia universal e que utiliza muitos clichês para causar riso nos espectadores, tudo é bem mastigado, mas ainda assim cumpre seu papel perfeitamente. A sensação de já vi esse filme é ainda maior pela presença de Adam Sandler interpretando mais uma vez o cara bacana que acaba se metendo em confusões. O pior é que hoje em dia não sabemos se o fato de repetir papéis é um problema ou é positivo ao ator. Ele em terreno seguro consegue sempre arrancar boas risadas com suas interpretações caricatas e cheias de expressões corporais e faciais, quase um Jim Carrey com pouco menos de idade. Nesta comédia, ele até começa com uma interpretação mais contida, porém, conforme começa a se divertir com seu novo brinquedinho ele volta a sua velha e boa forma de interpretar. Ele está tão a vontade aqui por também estar sendo dirigido por Frank Coraci, com quem já havia trabalhado em Afinado no Amor.



Se o filme, apesar da boa idéia central, é um amontoado de situações previsíveis, por que ele merece destaque? Simplesmente por ser uma comédia muito bem feita e com um roteiro bem escrito. A introdução nos apresenta muito bem os personagens e a ambientação, os conflitos do protagonista e oferece um humor de qualidade e sem apelações. Já da metade para o final, o longa assume um tom mais dramático justamente para explicitar a sua lição de moral. Quando o controle remoto passa a tomar decisões por conta própria, o pai de família perde o controle de sua vida e então o roteiro ganha um caráter reflexivo com mensagens bonitinhas e que não precisam de muito cérebro para serem compreendidas. Click é assim. Bobinho, repetitivo, manipulador de emoções e talvez por essas razões um clássico instantâneo para as sessões da tarde. Uma produção acima da média para o gênero e perfeita para o clima de férias. Assistindo no aconchego do lar e com o controle remoto em mãos temos o conforto de poder passar para frente as partes mais chatinhas, mas ainda com a opção de voltar para trás se houver arrependimento.

Um comentário:

renatocinema disse...

Adorei seu texto. Apesar de simples e previsível cumpre seu papel.

Boa diversão

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