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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

RELEMBRANDO O OSCAR 2006

Assista nesta postagem um vídeo especial com os vencedores do Oscar 2006

Embora nas categorias dos intérpretes os prêmios tenham sido entregues a quem os merecia, o Oscar 2006 realmente surpreendeu na hora do anúncio do melhor filme do ano anterior. Nem a turma que produziu Crash – No Limite parecia acreditar que ganharam o prêmio máximo da festa. Há muito tempo não se via reações de surpresa tão agradáveis. Por outro lado, a Academia perdeu a chance de fazer história premiando um longa com temática homossexual. Esperava-se mais de O Segredo de Brokeback Mountain. Apesar de ter dado três prêmio à produção, o preconceito ainda estava presente em Hollywood. Clint Eastwood era o escolhido para entregar o prêmio de Melhor Filme, não só por ser um nome importante, mas também por ter vencido a mesma categoria um ano antes. Ícone dos filmes de caubóis, ele se recusou a ir a festa com medo de ter de chamar ao palco os responsáveis pela desconstrução dessa figura máscula que ele tão bem representou por anos.
Na parte das categorias técnicas King Kong reinou conquistando as três categorias aos quais era indicado. Merecidos os troféus, embora o longa tenha recebido muitas críticas negativas. Na parte mais artística, como figurinos e cenários, Memórias de Uma Gueixa fez bonito e seu visual arrebatador foi bem laureado, apesar de merecer mais.

Sempre um ou outro filme chega com fôlego na festa, mas acaba sem nenhum prêmio, porém, nesta edição muitas produções saíram da festa de mãos abanando como Munique, Boa Noite e Boa Sorte e Orgulho e Preconceito. Por outro lado, os premiados como melhores intérpretes deram a seus respectivos filmes o único troféu para seus nomes serem lembrados. 


Não deixe de assistir o vídeo especial com os vencedores do Oscar 2006. Basta clicar na imagem abaixo.

O Oscar acertou premiando...
Ang LeeO diretor precisava e merecia o prêmio de Melhor Diretor. Depois do frisson que causou em 2001 com seu O Tigre e o Dragão, Hollywood entregou em suas mãos uma nova adaptação cinematográfica para o herói dos quadrinhos Hulk e o resultado foi insatisfatório e a crítica não perdoou. Com O Segredo de Brokeback Mountain o diretor voltou com pulso firme a direção de cutucou a cultura americana ao virar dos avessos um de seus maiores ícones machistas, os caubóis. Com muita sensibilidade, ele conseguiu envolver muitos espectadores com um romance entre dois homens a ponto de a certa altura da narrativa esquecermos qualquer preconceito e torcermos pela felicidade deles.
Philip Symour HoffmanO ator é a alma do filme Capote, produção ambientada na década de 1950 que acompanha a trajetória do escritor Truman Capote na investigação do assassinato de uma família inteira. Tais relatos foram transformados em seu livro mais célebre e que relatam um pouco de um período importante na história americana. O intérprete não mudou tanto seu visual para viver o personagem, mas consegue perfeitamente se transformar a ponto de nos fazer esquecer que já o vimos em outros filmes.
Reese WitherspoonDurante toda a história do Oscar, a maioria das atrizes queridinhas de Hollywood foram laureadas e em 2006 foi a vez de Reese sair vencedora da festa. Em um papel que flerta com o drama e a comédia, a atriz surpreende com uma atuação madura e graciosa de uma cantora famosa entre as décadas de 1950 e 1960. Considerada uma atriz com veia cômica muito forte até então, é bom lembrar que a Academia não gosta muito desse tipo de intérprete, mas neste caso não havia como esquecê-la.
King KongPeter Jackson não estava presente na festa com seus elfos e hobbits, mas compareceu com seu gorilão e outras criaturas bizarras. Levou três merecidos prêmios técnicos, mas ainda poderia ter sido indicado pela espetacular fotografia e direção de arte. A indicação de Melhor Diretor também não cairia nada mal, mas é provável que a Academia tenha se sentido acuada devido as más críticas que o longa teve na época.
Wallace e Gromit – A Batalha dos VegetaisEm tempos em que a computação gráfica é uma verdadeira coqueluche, premiar uma animação em stop-motion é uma atitude louvável da Academia, que já deveria ter dado alguma menção honrosa anos antes aos diretores Nick Park e Steve Box por A Fuga das Galinhas (nesta época a categoria de Melhor Animação ainda não existia). Com a mesma técnica também concorria A Noiva Cadáver. Ambos os projetos poderiam ter sido lembrados em outras categorias.
Merecia ter ganhado...
O Castelo AnimadoEm alguns anos a categoria de longa de animação estava bem fraquinha e com um franco-favorito, mas em 2006 os três concorrentes eram pesos-pesados. Infelizmente o belíssimo e sensível desenho de Hayao Myiazaki acabou sendo preterido. Talvez a Academia tenha se ofendido por ele não ter comparecido na festa quando venceu por A Viagem de Chihiro.
Joaquin PhoenixO longa Johnny e June não seria o mesmo sem o talento do ator encarnando com perfeição o famoso cantor Johnny Cash, conhecido como o homem de preto devido aos seus constantes trajes. Ele consegue uma atuação contida e só extravasa suas emoções quando necessário ou ao soltar a voz nas interpretações das canções do músico. Só por sua voz grave, olhar concentrado e jeito ligeiramente tímido já valeriam o prêmio, mas o Cash de Phoenix é muito mais e faz um belo para com a June de Reese Witherspoon.
Jake GyllenhaalEle já precisou engolir a sua classificação como ator coadjuvante por seu trabalho em O Segredo de Brokeback Mountain e ainda teve que aplaudir um concorrente vencedor. Tão protagonista quanto seu parceiro Heath Ledger, ele poderia ter vencido o Oscar e não seria como prêmio de consolação, seria por merecimento. Não deve ser fácil deitar e rolar literalmente com outro homem e se colocar a disposição dos olhares críticos de milhões de espectadores.
Estava perdido na festa...  
MuniqueO longa é do jeitinho que a Academia gosta de premiar. História verídica, produção caprichada, elenco competente e Steven Spielberg comandando os trabalhos. Concorria a cinco prêmios e perdeu todos. Bem, o cineasta já está acostumado a ser esnobado no Oscar.
George Clooney e seu Boa Noite e Boa SorteO astro queria se impor como grande nome na indústria cinematográfica e trabalhou duro em 2005 para colher louros no ano seguinte. Apesar de ser premiado como Melhor Ator Coadjuvante por Syriana, viu seu segundo longa como diretor perder todas as suas seis indicações. O filme que lida com a delicada relação entre a imprensa e a política merecia ao menos ter sido premiado pelo roteiro e pela bela fotografia em preto e branco.
Orgulho e PreconceitoMoldado com as características que fizeram no passado Razão e Sensibilidade ser um dos grandes títulos que passaram pelo Oscar, esta adaptação de mais um livro da romancista Jane Austen perdeu suas quatro indicações. É certo que haviam concorrentes melhores, mas ao menos uma lembrancinha merecia.
Amy AdamsA jovem ruiva já vinha colecionando elogios e prêmios por sua atuação como uma grávida tagarela e carismática em Retratos de Família. Como o longa não recebeu outras indicações, ela chegou desamparada à festa e foi embora da mesmo forma. Ao menos ela se tornou conhecida e os anos seguintes mostraram que o Oscar se simpatiza com ela.
O Oscar esnobou...
Johnny e JuneApesar das suas cinco indicações, sendo a categoria de Melhor Atriz a única vencida, foi estranha a ausência desta cinebiografia na categoria principal, podendo ainda concorrer pela direção de James Mangold, pelo roteiro e por sua fotografia.
Marcas da ViolênciaO longa de David Cronenberg teve que se contentar com apenas duas indicações, mas foi uma das ausências nas categorias principais mais sentidas. A história do herói de uma cidadezinha que tem seu passado escancarado  e seu presente virado dos avessos após um ato de violência e de autopreservação é um filme forte e que deve ter assustado a Academia.
Fernando MeirellesDepois de ser indicado como Melhor Diretor dois anos antes pelo brasileiro Cidade de Deus, sua indicação pelo bem avaliado O Jardineiro Fiel era dada como certa, mas não rolou. Com quatro indicações, sendo Rachel Weiz considerada a Melhor Atriz Coadjuavnte, o longa também ficou de fora da categoria principal.
Match Point – Ponto FinalWoody Allen só esteve presente uma única vez na festa do Oscar para apresentar um clipe de filmes que tem como paisagem a cidade de Nova York, o seu cenário favorito. Nem mesmo quando foi premiado na década de 1970 compareceu. Talvez seja por isso que geralmente seus projetos são lembrados esporadicamente e em poucas categorias. Esta ótima mistura de drama e suspense acabou sendo indicada apenas pelo seu roteiro original, mas poderia ter se saído melhor nas indicações.
A Luta Pela EsperançaEmbora lembrado em três categorias, este belo drama ficou de fora da categoria de Melhor Filme e os esforços dos protagonistas Russel Crowe e Renée Zellweger não surtiram efeito. Épicos que relembram a história americana e histórias que envolvem o boxe costumam agradar a Academia, mas aqui está a prova de quem nem sempre a receita funciona.
A Fantástica Fábrica de ChocolatesA reinvenção deste clássico infantil pela ótica extravagante de Tim Burton agrega muitos elementos premiáveis como efeitos especiais, cenários, fotografia e efeitos sonoros, mas apenas seu figurino foi indicado. Burton indicado como Melhor Diretor e Johnny Depp como Melhor Ator também não seriam má idéias.
Os ProdutoresSucesso absoluto na Broadway, este musical é bem ao estilo do que a Academia costumava premiar no passado. Muita cantoria alinhavando o enredo, brilhos, cores e atores competentes fazendo humor, dançando e cantando. O longa acabou sendo totalmente esquecido pelo Oscar, apesar de suas evidentes qualidades visuais e técnicas. Uma pena também que os bons desempenhos de Matthew Broderick, Nathan Lane e Uma Thurman tenham sido ignorados.

Um comentário:

Luís disse...

Para mim, o maior erro dessa cerimônia foi preterir Felicity Huffman a Reese Witherspoon, nada justifica a premiação dessa enquanto aquela nos trouxe a melhor interpretação. Concordo com você quanto a Jake Gyllenhaal, ele merecia o prêmio, bem como Marcas da Violência merecia ser mais lembrado.

Aproveitando que você comentou sobre o Oscar, queria recomendar pra você um blog do qual participo, chama "Um Oscar por Mês":
http://umoscarpormes.blogspot.com/

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