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quinta-feira, 23 de junho de 2011

WOODY ALLEN, O NEURÓTICO QUE DEU CERTO



Ele é muito conhecido por dirigir e escrever histórias que falam sobre as relações humanas de amizades e amor, mas também já teve sua fase de comédias para fazer o público cair na gargalhada. Claro que tudo com muito estilo próprio e um senso estético apurado. Woody Allen sempre que pode também gosta de dar as caras na frente das câmeras, encarnando, na maioria das vezes, personagens neuróticos ou fracassados, apesar de as vezes adotar um visual alegórico para fazer algo diferente. Alguns amam suas aparições, outros têm verdadeiro pavor.  Com o cineasta, roteirista e ator é assim: ou você o ama ou você o odeia. Porém, existe uma grande faixa de público que aprecia as suas obras e algumas são aguardadíssimas. Cerca de um ano antes de algum filme seu estrear, os burburinhos já começam a contagiar os fãs.

Nascido no dia 1º de dezembro de 1935, Allan Stewart Konigsberg desde cedo já se envolvia com as artes do entretenimento. Aos 15 anos, já conhecido por seu nome artístico, começou a escrever para colunas de jornais e programas de rádio. Em 1964, já era um respeitável comediante, tanto que um disco que levava seu nome contendo as gravações de seus shows foi indicado ao Prêmio Grammy. A sua primeira experiência cinematográfica aconteceu no ano seguinte, quando em uma dessas apresentações conquistou a atenção de um produtor que o chamou para escrever e estrelar O Que é Que Há, Gatinha? (1965). A estréia como diretor ocorreu em 1969, com Um Assaltante Bem Trapalhão, onde também foi o protagonista que sofre de complexo de inferioridade. Desde então, este homem com jeito e expressão de pacato não parou mais, atuando em diversas frentes em seus projetos.

O público caiu na gargalhada com suas interpretações em comédias como O Dorminhoco (1972), no qual vive um músico que ficou congelado por dois séculos, e A Última Noite de Bóris Grushenko (1975), vivendo um herói por acidente na era napoleônica. Porém, seu primeiro grande sucesso tanto como ator, diretor e roteirista foi Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977), premiado com quatro Oscars. Na época, ele dividiu a cena com Diane Keaton, também premiada pela Academia de Cinema, então sua companheira na vida real. Também fez sucesso na premiação anos mais tarde com Hannah e Suas Irmãs (1986) e Tiros na Broadway (1994). Conhecido por reunir sempre um elenco excepcional, Allen já trabalhou com grandes estrelas e também deu chance de muita gente brilhar pela primeira vez. Muitos de seus coadjuvantes conquistaram diversos prêmios ao atuarem em suas obras como Dianne Wiest, Michael Caine, Mira Sorvino e Penélope Cruz.

Apesar de não comparecer em nenhuma das cerimônias em que concorre, Allen é figura constante nas listas de premiações. Na noite em que subiria ao palco para receber três Oscars, preferiu ir a um barzinho ouvir jazz, um de seus programas prediletos, inclusive ele toca instrumentos de sopro, o que também o leva a cuidar pessoalmente das trilhas sonoras de suas obras. Mesmo assim, seu nome foi indicado em diversas categorias pela Academia por mais de vinte vezes.  Somente em 2002, no ano seguinte aos atentados de 11 de setembro nos EUA, o cineasta finalmente compareceu à cerimônia para fazer uma homenagem à cidade de Nova York, seu cenário preferido para trabalhar. O local é habitue de praticamente todos os seus filmes mais antigos. Foi lá que em 1979 foi rodado Manhattan, que recebeu diversos prêmios e conta com as presenças de Meryl Streep e, novamente, Diane Keaton.

A vida amorosa de Allen também sempre deu o que falar à imprensa, mais até do que seus filmes as vezes. Antes da fama, já havia tido dois casamentos fracassados. Depois de ter seu trabalho reconhecido, namorou diversas atrizes que, por tabela, sempre ficavam com os seus papéis principais. Com a atriz Mia Farrow, outra que atuou em muitos projetos do marido entre os anos 80 e 90, parecia que finalmente o galanteador ia sossegar, porém ele iniciou um polêmico relacionamento com Soon Yi, filha adotiva da esposa. O romance e as brigas com a mãe da garota não chegaram a arranhar a sua imagem profissional, mas sempre que lança filme novo surgem especulações de quem seria a sua próxima vítima. Scarlett Johansson foi uma das intérpretes que caiu na boca do povo após atuar em três de seus filmes.


Allen nos anos 2000

Com alguns filmes otimistas e outros um tanto depressivos, o cineasta consegue dar cara nova aos temas corriqueiros de sua filmografia sem parecer repetitivo. Após diversos trabalhos bem sucedidos entre os anos 80 e 90, em 2000 ele iniciou uma má fase. Tentou fazer diversos produtos ligados ao humor, mas o público e a crítica não aprovaram. Porém, o tempo deve tratar em transformar o fracasso em sucesso contando com o apoio da legião de fãs de Allen. Nessa fase ele realizou Trapaceiros (2000), O Escorpião de Jade (2001), Dirigindo no Escuro (2002) e Igual a Tudo na Vida (2003), produções de humor pouco vistas. Coincidência ou não, ele atuou em todos eles. Passado esse período pouco criativo, as pazes com o sucesso foram feitas quando houve uma mudança de ares. Com dificuldades para conseguir financiamento para seus projetos em solo americano, o cineasta voltou sua câmera para cidades européias como Londres, Barcelona e Paris. A última vez em que acumulou várias funções, inclusive atuar, foi em Scoop – O Grande Furo (2006) na pele de um mágico.

O diretor de obras cultuadas do passado como A Rosa Púrpura do Cairo (1985) e A Era do Rádio (1987) sempre manteve uma filmografia irregular, alternando verdadeiros sucessos com outros fracassos, pelo menos de bilheterias. Mantendo uma média de um longa metragem por ano, nos últimos tempos, o cineasta renovou seu público e sua fama com obras com boa reputação como Match Point - Ponto Final (2005) e Vicky Cristina Barcelona (2008), produções que atraíram as platéias mais jovens. Claro que o poder da mídia e das premiações colaborou para tanto, mas o fato é que o cineasta voltou a ficar em evidência. Em 2011, sentiu a expectativa de estar lançando mais um novo marco na sua carreira com Meia Noite em Paris.

Chegando próximo de completar 80 anos de idade, o diretor continua como um exemplo de amor ao trabalho e não pensa em parar por aqui. Já esta trabalhando em novo roteiro, já definiu elenco e locações e em breve deve se dividir entre atuar na frente e atrás das câmeras mais uma vez. Assim, Woody Allen pode ser considerado uma máquina de fazer filmes. Cineasta, roteirista, intérprete, músico... Resumindo, um autêntico profissional de cinema.

Um comentário:

renatocinema disse...

Sei da importância do diretor para o mundo do cinema. Porém, não é minha linha de histórias prediletas.

Adoro de paixão A Rosa Púrpura do Cairo, o resto acho bom e ponto.

Mas, isso é gosto pessoal.

Allen realmente é vital para o cinema. Não posso negar, apesar de não gostar tanto.

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