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O ator Caio Blat e a diretora Lúcia Murat sairam do Festival de Gramado vencedores por Uma Longa Viagem |
No último sábado, dia 13/08, foi encerrada a 39º edição do tradicional Festival de Gramado, uma das premiações de cinema mais famosas do Brasil. Criticada por praticar preços exorbitantes para as sessões, este ano o público foi abaixo do esperado e a festa ainda luta para recuperar sua identidade perdida. Nos anos 80, era a glória para os cineastas e artistas brasileiros. No início da década de 90, com o quase falecimento da produção cinematográfica nacional, foi preciso abrir espaço para os estrangeiros que surgiram em peso, o que descaracterizou muito o projeto.
Nos últimos anos, Gramado conseguiu dar uma recuperada na imagem do seu festival, mas ainda não é o suficiente. Alguns filmes conseguiram certa projeção após serem premiados, estrelas da TV prestigiaram o evento e até Xuxa foi homenageada, o que gerou polêmicas, mas sem dúvida grande publicidade a festa. Seus filmes são sinônimos de sucesso de público, ou pelo menos eram quando ela retomou essa atividade há 12 anos. Por enquanto ela está afastada das telas grandes.
Geralmente o que se espera das festas de prêmios de cinema é ver personalidades famosas, principalmente subindo ao palco para receber um troféu, mas em Gramado as coisas são diferentes, ou melhor, segue a tendência da maior parte das premiações nacionais. Muita gente desconhecida do grande público é premiada e os filmes acabam não chegando ao circuito comercial de exibição. Assim o festival reconhece o trabalho de pessoas que merecem, mas o ostracismo não tarda a chegar também. Este ano, por exemplo, apenas os famosos Caio Blat, José Wilker e Dira Paes saíram premiados. Lúcia Murat, diretora do grande vencedor da noite, Uma Longa Viagem, é uma das raras exceções de nomes com certo prestígio nacional graças aos prêmios e festivais, mas sem sucesso comercial. De resto, são nomes e mais nomes desconhecidos que muito provavelmente continuarão assim devido a falta de espaço para as produções nacionais menores em grande circuito. Uma pena. O jeito é esperar sair em DVD, isso se alguma distribuidora se dispor a lançar, uma outra luta pela qual quem quer fazer cinema no Brasil precisa vencer.
Categoria longa-metragem brasileiro:
Melhor montagem: Leonardo Sette por As hiper mulheres
Melhor fotografia: Roberto Henkin, por O carteiro
Melhor roteiro: Gustavo Pizzi e Karine Teles por Riscado
Melhor atriz: Karine Teles por Riscado
Melhor ator: Caio Blat por Uma longa viagem
Melhor diretor: Gustavo Pizzi, por Riscado
Especial do júri: As hiper mulheres, de Leonardo Sette, Carlos Fausto e Takumã Kuikuro
Melhor filme em longa-metragem brasileiro: Uma longa viagem, de Lúcia Murat
Categoria curta-metragem nacional:
Melhor montagem: Mair Tavares e Tina Saphira, por Um outro ensaio
Melhor fotografia: Jacques Dequeker, por Polaroid circus
Melhor roteiro: Rodrigo John, por Céu, inferno e outras partes do corpo
Melhor atriz: Dira Paes em Ribeirinhos do asfalto
Melhor ator: José Wilker em A melhor idade
Especial do júri: Rivelino, de Marcos Fábio Katudjian.
Melhor diretor: Natara Ney por Um outro ensaio
Melhor filme curta-metragem nacional: Céu, inferno e outras partes do corpo, de Rodrigo John.
Categoria longa-metragem estrangeiro:
Melhor fotografia: Serguei Saldivar Tanaka, por La lección de pintura
Melhor roteiro: Sebastián Hiriart, por A tiro de piedra
Melhor atriz: Margarida Rosa de Francisco, por García
Melhor ator: Gabino Rodríguez, por A tiro de piedra
Melhor diretor: Gustavo Taretto, por Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual, e Sebastián Hiriart, por A tiro de piedra
Especial do júri: Las malas intenciones, de Rosario Garcia-Montero.
Melhor filme longa-metragem estrangeiro: Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual, de Gustavo Taretto.
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