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terça-feira, 16 de agosto de 2011

UMA NOVA IMAGEM PARA UM MITO


Sempre quando se fala em múmia automaticamente lembramos de um ser desengonçado enrolado em bandagens e faixas brancas que só sabe gemer. Bem, essa imagem foi muito vendida em desenhos animados e em produções no melhor estilo terrir. As coisas mudaram em 1999 através de um mega sucesso do diretor Stephen Sommers. Ele literalmente reinventou a imagem das temidas figuras egípcias que ressuscitam dos sarcófagos em A Múmia, uma divertida aventura estrelada por Brendan Fraser na pele do explorador Rick O´Connel, uma espécie de Indiana Jones, mas com uma dose extra de bom humor e sarcasmo. A história se passa na década de 20, quando um grupo de arqueologistas descobre uma tumba na cidade perdida de Hamunaptra e dentro está o corpo de um homem que foi severamente punido por se relacionar com a mulher do faraó. Seu castigo foi ser mumificado ainda vivo e ter seu corpo devorado por escaravelhos. Porém, antes da descoberta da múmia, só a nova área para exploração já havia aguçado o interesse de muita gente. Alguns apenas por ganância, acreditando na lenda de um tesouro escondido e muito bem protegido por uma maldição, e outros vão por puro prazer em fazer descobertas sobre a história antiga do Egito. Rachel Weisz interpreta uma especialista no assunto e vai acompanhar o grupo de expedição e balançar o coração de O´Connel, o líder da caravana. Apesar de inteligente, a moça é atrapalhada e curiosa e acaba lendo palavras de um livro que ressuscitam a enfurecida múmia que deseja ressuscitar seu grande amor do passado e se vingar de todos que estão contra a sua libertação do mundo dos mortos.

Lançado em 1999, o filme foi um estrondoso sucesso que transformou Fraser em um astro que chama a atenção do público infanto-juvenil, tanto é que protagonizou as duas sequências da obra. A primeira tão boa quanto a original. Já a segunda deixou a desejar e muito. Sommers em sua primeira empreitada em terras egípcias conseguiu um apuro técnico e visual impressionantes aliados a um bom enredo com excelentes sequências de suspense e adrenalina e ótimas piadas aqui ou ali. Os críticos obviamente não aprovaram o projeto e fizeram questão de salientar que era melhor o espectador procurar ver o filme homônimo de 1932, também produzido e distribuído pela Universal. Depois não querem ser considerados chatos de galocha. Esta reinvenção no mito da múmia é sem dúvida uma das melhores produções do gênero dos últimos tempos e cumpre inteiramente o que promete: pura diversão do início ao fim. Apesar de contar com excelentes atributos técnicos e cenográficos e ser uma das maiores bilheterias daquele ano, o Oscar só indicou a produção na mísera categoria de Melhor Som. Se a Academia de Cinema ignorou A Múmia, o Prêmio Saturno, festa dedicada aos filmes de fantasia, ficção e terror e pouco conhecida fora dos EUA, contemplou a obra com nove indicações. Grande parte do sucesso junto ao público se deve a um eficiente e chamativo trailer exibido nos cinemas meses antes da estréia. Mesmo sendo a múmia uma criatura inteiramente digital construída em cima dos movimentos e expressões corporais do ator Arnold Vosloo, o que chamava a atenção nos teasers eram os efeitos mais simples que lembravam produções antigas, como a areia caindo do buraco de uma fechadura indicando que o mal poderia passar por qualquer lugar e que não adiantaria ninguém fugir. A cena acima é uma das mais marcantes do longa, mesmo sendo rapidíssima. O rosto da múmia sendo esculpido na quente e árida areia do deserto logo nos primeiros minutos de projeção já indica o nível e o capricho da produção e ganhou a honra de estampar os cartazes e as capas dos DVDs. O mesmo efeito foi utilizado mais duas vezes ao longo do filme durante tempestades de areia. Sem dúvida, este é um daqueles clássicos para sessões da tarde desde a concepção da idéia. Quer dizer, no Brasil não porque o classificaram como impróprio para menores de doze anos. Tem tanta coisa mais chocante e imprópria na TV para ser reclassificada...

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