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terça-feira, 9 de agosto de 2011

O FIM DE UMA DÉCADA DE MAGIA

A partir do ano de 2001, a história do cinema foi marcada por uma sucessão de filmes que uniam mistério, aventura e drama, mas que deixavam a fantasia falar mais alto. Porém, essas produções não eram pensadas exclusivamente para o público infantil, mas também para agradar aos adultos. O resultado foram dezenas de títulos que juntos renderam milhões nas bilheterias, no mercado de DVD e na venda de bugigangas, além de levar os fãs de volta as livrarias em busca das obras que originaram os longas metragens. Essa movimentação financeira e cultural que os mundos imaginários promoveram ao chegar nas telas do mundo todo não é nenhuma novidade, muitas outras obras fizeram o mesmo no passado, mas a última década intensificou essa corrente e a saga do bruxinho Harry Potter deu o ponta pé inicial. Agora com Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 (2011) um ciclo termina ou pode ganhar sobrevida se alguém conseguir encontrar alguma coleção de livros que propicie o mesmo retorno que as publicações da autora J. K. Rowling.

Fora a trilogia O Senhor dos Anéis, nenhuma outra obra literária de gênero fantasioso conseguiu a mesma repercussão. As Crônicas de Nárnia segue, mas com momentos de altos e baixos. A Bússola de Ouro e Desventuras em Série tem material publicado o suficiente para continuações, mas talvez o retorno de rendimentos não justifique novos investimentos, muito por causa da pirataria de ruas e virtual que prejudicou o resultado das contas. Entre outras produções fantasiosas lançadas nos últimos anos, os filmes de Harry Potter são os únicos que conseguiram atrair a atenção do público do primeiro ao último episódio. Foram oito lançamentos para o cinema que mostraram três crianças que cresceram junto com uma geração e conforme o desenvolvimento de seus personagens. Hoje adultos, os atores Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint viram parte de suas vidas pessoais se misturarem com a profissional de tal forma que concordam que já era hora desta saga terminar para que possam estar livres completamente para novos trabalhos, apesar de que se para eles pode até ser fácil se despir das roupas de bruxos e vestir outras para encarar desafios inéditos, para o público desvencilhar suas imagens das de Potter, Hermione e Ron, respectivamente, não será tarefa fácil.

A Warner foi a produtora de todos os filmes que contaram com diversos diretores, alguns atores fixos e outros que fizeram participações ao longo da saga. Muitos atores britânicos tiveram a chance de ter uma passagem neste sucesso, inclusive intérpretes premiados e cultuados. Para a empresa foi uma opção de risco. Apostando que tinha em mãos um fenômeno de popularidade, ela iniciou a produção dos longas quando a coleção de livros ainda estava sendo iniciada. Certamente a boa receptividade da história nos cinemas deve ter influenciado a autora na construção da trama nos livros seguintes.


Apesar de extremamente bem cuidada, a série de filmes em vários momentos foi criticada pelos fãs por cortar ou modificar diversas partes dos originais impressos. Tudo foi feito para melhorar a condução da trama e ajustar o tempo que mesmo com cortes fugiu dos padrões de duração que se encontram na maior parte das produções infantis. O último livro acabou sendo dividido em dois longas metragens para evitar perder passagens importantes, mas também para esticar um pouco mais o sucesso da saga. E a estratégia deu certo. Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 promete ser uma das maiores bilheterias mundiais de todos os tempos.

Para quem não assistiu o capítulo final ou só agora está entrando na moda dos "pottermaníacos" (sim ainda há muita gente que até o momento não se envolveu neste fenômeno mundial), é importante saber que não é necessário ler os livros para ter compreensão da trama, mas ver os outros filmes é essencial, principalmente a Parte 1 do último livro. O início da segunda parte começa no mesmo ponto onde o filme anterior termina, com o túmulo de Dumbledore (Michael Gambon) sendo violado por Voldemort (Ralph Fiennes). Logo em seguida o trio protagonista surge cuidando do duende Grampo (Warwick Davis) e com ele vão arquitetar a invasão ao banco Gringotes. Potter e seus amigos seguem à procura das horcruxes com o objetivo de destruí-las, de forma a eliminar o vilão de uma vez por todas, este que prepara o ataque definitivo ao castelo de Hogwarts. Se para você que nunca se envolveu nesta trama algumas palavras soaram extremamente estranhas, você precisa urgente se atualizar sobre este universo ou nem pense em assistir este lançamento só para fazer companhia a alguém. Provavelmente não entenderá nada e fará comentários negativos e, consequentemente, comprará briga com os fãs. Não há ninguém que não conheça pelo menos um fanático por este mundo de fantasia atualmente.


Cheio de referências e lembranças aos capítulos anteriores, Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 passa longe de ser um resumão de toda a saga e continua a linha de raciocínio da coleção de livros chegando ao tão esperado clímax de toda a história: o grande combate entre Potter e Voldemort. Certamente, este capítulo final é e continuará sendo apreciado por muita gente com uma ponta de tristeza. Não haverá a sensação de que em breve tem mais. É o fim de uma era de magia. É o ponto final que marcará a transição de muitos adolescentes para a vida adulta, os mesmos que eram crianças quando tudo começou. Que bom que toda esta obra cinematográfica está disponível para locação e venda e certamente renderá ainda muito dinheiro aos cofres da Warner. E a esperança é a última que morre. Quem sabe J. K. Rowling ainda retorne ao universo de Hogwarts futuramente. Enquanto isso, Hollywood precisa buscar uma nova série literária que agrade a diversos públicos para manter a sua indústria cinematográfica sadia. Os candidatos até agora fracassaram na empreitada.

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