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quinta-feira, 26 de maio de 2011

O EXCÊNTRICO JOHNNY DEPP


Geralmente as atrizes têm mais papéis lembrados pelo público por reunirem certas características a seus personagens que os tornam marcantes. Os homens são mais contidos e por mais brilhantes que sejam nem sempre consegue se despir da vaidade e se transformarem em pessoas totalmente diferentes. Assim, Johnny Depp é uma figura que se destaca entre os atores. Descendente de índios, ele largou os estudos na adolescência para investir na carreira musical, mas ele acabou acontecendo mesmo foi no cinema, onde viveu os mais diversos tipos e não teve vergonha de esconder seus traços e porte embaixo de maquiagem e figurinos pesados. Hoje ele é um dos artistas mais queridos pelo público e sinônimo de sucesso e de trabalhos de qualidade.

Seus pais se separaram quando ele ainda era muito novo e o sofrimento dessa época com certeza teve consequências para a vida de Depp. Adolescentes e envolvidos no mundo da música dificilmente escapam da vida louca e com ele não foi diferente. Muitos relacionamentos amorosos, drogas e escândalos marcaram a sua trajetória, mesmo quando já estava no cinema. Seu primeiro papel foi uma ponta em A Hora do Pesadelo (1984) seguida de uma participação no premiado Platoon (1986), mas seu primeiro grande estouro foi na série de televisão "Anjos da Lei" entre 1987 e 1990.

Assim que terminou a série, Depp conheceu o cineasta Tim Burton, aquele que seria o seu grande parceiro de trabalho. É quase impossível não pensar em um sem lembrar-se do outro. Juntos eles fizeram Edward Mãos de Tesoura (1990), uma fantasia que já apresentava as características que marcariam a carreira do diretor e que deu ao ator seu primeiro e marcante protagonista. Ele se despiu da vaidade e encarnou um sujeito pálido, com cabelos desgrenhados e com tesouras afiadas no lugar das mãos. Assim, ele se tornou um especialista em interpretar tipos excêntricos ou marginalizados.

A parceria com Burton rendeu diversos longas marcantes e atuações criativas de Depp. Ele encarnou aquele que é considerado o pior diretor de cinema de todos os tempos em Ed Wood (1994), um investigador medroso em A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999), o excêntrico Willy Wonka na refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), soltou a voz como um sujeito vingativo em Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007) e viveu o Chapeleiro Louco em Alice no País das Maravilhas (2010). O ator também dublou o protagonista da animação em stop-motion A Noiva Cadáver (2005).

Talvez a convivência com Burton tenha incentivado seu pareciro a enfrentar o outro lado das câmeras. Em 1997, Depp dirigiu e escreveu O Bravo, no qual também atuou na pele de um índio cherokee, tribo da qual ele descende.

Além de viver personagens alegóricos, o artista também já está se especializando em encarnar personalidades reais como em Medo e Delírio (1998), O Libertino (2004) e Inimigos Públicos (2009). Avesso ao esquema hollywoodiano, o astro acabou cedendo e já deu as caras em produções bem mais comerciais, mas que não foram grandes sucessos como Tempo Esgotado (1995), Do Inferno (2001) e O Turista (2010), salvo Don Juan de Marco (1995), no qual Depp atuou com seu grande ídolo, o saudoso Marlon Brando.


Prêmios e descartes

A partir do ano 2000, Depp continuou atuando em diversos gêneros, mas investiu pesado em dramas como Antes do Anoitecer, Por Que Choram os Homens, Chocolate e Profissão de Risco. Porém, os tipos excêntricos continuaram perseguindo o ator e um em especial ele já viveu quatro vezes. O sucesso da série Piratas do Caribe, iniciada em 2003, em grande parte se deve ao personagem Jack Sparrow, um pirata malandro e cheio de trejeitos que levou o ator pela primeira vez a ficar entre os cinco finalistas do Oscar de Melhor Ator. Ele também concorreu ao prêmio por Em Busca da Terra do Nunca (2004) e pelo papel de Sweeney Todd no filme homônimo.

Apesar do currículo repleto de bons trabalhos, é curioso saber que o ator poderia ter muito mais filmes relevantes que levassem seu nome nos créditos. Em geral por causa da agenda sempre lotada de compromissos, ele abriu mão de fazer grandes sucessos como Velocidade Máxima, Pulp Fiction, Matrix, Sr. & Sra. Smith, Rede de Mentiras, O Gângster e O Escafandro e a Borboleta. Sorte dos atores que ficaram com os papéis.

Como um verdadeiro camaleão, o carisma do ator colabora e muito para que seus personagens caiam nas graças do público e seu nome já é atrelado a idéia de filmes de qualidade ou, no mínimo, curiosos. Além de ser um dos maiores salários do cinema, Depp também já ganhou diversos concursos menores como o mais bonito ou a personalidade do ano ou até da década, mas a estante da sua casa já tem alguns prêmios expostos e seu currículo tem uma vasta lista de indicações à prêmios. O nome Johnny Depp já está marcado na famosa Calçada da fama. Só falta agora pelo mesmo um Oscar para coroar de vez a carreira deste que é um dos melhores atores de sua geração.

Um comentário:

renatocinema disse...

Ótima homenagem sua para um ator especial. Entendo que ele é o Jack Nicholson da nova geração.

Não sabia que ele tinha perdido o lugar em Pulp Fiction. Seria insano imaginar o eterno Mãos de Tesoura fazendo um filme com Tarantino.

Espero que os dois tentem se encontrar no futuro. Seria maravilhoso para nós fãs.

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