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domingo, 15 de maio de 2011

PIRATAS, MARES, TESOUROS E CINEMA


Piratas, marinheiros, tesouros escondidos, maldições e a imensidão do mar já renderam diversos filmes desde os primeiros anos do cinema. Baseados geralmente em clássicos da literatura mundial, as aventuras de capa e espada nas embarcações há várias décadas fazem sucesso e renovam seu público. Um dos grandes responsáveis por estruturar o gênero de filmes de espadachim, categoria a qual pertence o subgênero filmes de pirata, foi o ator Douglas Fairbanks, ainda na época em que o som não existia. Ele tem o mérito de ter criado coreografias de lutas alucinantes em vários títulos que estreou, além de ter escrito diversos roteiros sob o pseudônimo de Elton Thomas.

Fairbanks dispensava dublês em suas cenas de esgrima, mas contava com a consultoria de pessoas experientes no esporte. Por exemplo, a ajuda que ele teve do espadachim profissional Fred Cavens foi muito importante em O Pirata Negro (1926), um dos primeiros títulos sobre corsários da história. O roteiro tinha todos os ingredientes de um filme de piratas: cenas de luta em alto-mar, vingança para honrar compromissos e memórias familiares e um bela jovem em perigo. 

Naquela época, esse tipo de produção já estabelecia suas metas. A intenção era entreter com enredos fáceis e com clichês que até hoje povoam esses filmes. Superstições, um bom romance, ameaças com punhais ou espadas e as clássicas cenas do inocente sendo obrigado a andar na prancha até cair no mar ou do mocinho utilizando a vela do navio para fazer sua aparição triunfal no clímax da história são elementos necessários para agradar as platéias adeptas do gênero.

Na década de 1930, com o advento do cinema falado, o ator Errol Flynn assumiu o posto de Fairbanks nas aventuras cinematográficas. Sua grande chance veio em 1933 quando estrelou uma versão australiana de O Grande Motim. Seu bom desempenho chamou a atenção de Hollywood e ele foi chamado para atuar em um épico de piratas. Capitão Blood (1935) foi o primeiro título de uma série de produções de capa e espada que o astro protagonizou. Essa história já havia chegado as telonas dez anos antes, mas a sua refilmagem agregou elementos que contribuíram para o gênero se firmar. Além do áudio, a produção luxuosa e certa dose de adrenalina foram pontos positivos.

Flynn também estrelou outra refilmagem de um longa de piratas da época do cinema mudo, O Gavião do Mar (1940), onde viveu o Capitão Geoffrey  Thorpe, um homem contratado pela rainha Elizabeth I para enfrentar tropas espanholas. Bem estabelecido no papel de heróis, o ator ainda atuou em Contra Todas as Bandeiras (1952) como um corajoso integrante da Marinha Real que combate piratas perigosos em Madagascar.


Outros atores também deixaram sua marca interpretando aventureiros e piratas. Tyrone Power estrelou O Cisne Negro (1942) considerado uma obra-prima da categoria. Louis Hayward se repetiu em histórias de batalhas marítimas em O Pirata de Capri (1949), As Aventuras do Capitão Blood (1950) e Bandeira Negra (1952). Já Douglas Fairbanks Jr. seguiu os passos do pai e atuou em Sinbad, O Marujo (1947), o conto mais popular sobre piratas que se têm notícias. O filão acabou entrando em declínio em meados dos anos 50. Após a Segunda Guerra Mundial e com o mundo sofrendo constantes transformações, o mundo fantasioso dos piratas já não chamava mais a atenção das platéias. Mesmo assim ainda surgiram obras memoráveis como A Ilha do Tesouro (1950) e O Príncipe dos Piratas (1952).
   
Queda e ascensão


 
O gênero não morreu totalmente. Um ou outro lançamento esporádico recordava os velhos saqueadores do mar (ou heróis dependendo do ponto de vista), como o mal sucedido Piratas (1986). Em 1995, duas produções tentaram recuperar o gênero, mas naufragaram. A Ilha da Garganta Cortada investiu no estilo clássico de aventura marítima. Já a megalomaníaca obra de Kevin Costner Waterworld - O Segredo das Águas se perdeu na sua visão futurista e se tornou um dos maiores fracassos da história do cinema. Também os piratas e navios marcaram presença, mesmo que de leve, em A Ilha (1980), Os Goonies (1986) e Hook - A Volta do Capitão Gancho (1991).

Nos anos 2000, o improvável aconteceu. Uma criação baseada em uma atração de um dos parques temáticos da Disney revitalizou o gênero e rendeu horrores nas bilheterias. Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra aportou nos cinemas em 2003, chegou a festa do Oscar e rendeu mais três continuações. Coincidentemente no mesmo ano foram produzidas uma versão bem mais madura, mas ainda cheia de encantamento de Peter Pan, a animação Sinbad - A Lenda dos Sete Mares e a mistura de drama e aventura Mestre dos Mares, protagonizada por Russell Crowe e indicada a dez Oscars.


Hoje os universos fantasiosos de mundos paralelos saídos das páginas de livros repletos de seres mágicos e mensagens subliminares são as grandes febres do cinema, mas ainda há espaço para as aventuras de capa e espada, seja em terra firme ou em alto-mar. E o famoso Jack Sparrow continua desbravando caminho para o gênero. Vida longa ao pirata boa gente.

Um comentário:

renatocinema disse...

Um gênero de muitos altos e baixos.

Piratas do Caribe representa bem o gênero na atualidade.

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