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domingo, 29 de julho de 2012

FESTIVAL DE FÉRIAS - PROFESSORA SEM CLASSE

As férias estão chegando ao final. Nesta semana muitas pessoas voltam ao trabalho e os estudantes devem comparecer em peso às salas de aula de colégios e universidades. Rever os amigos é a parte boa da coisa, mas talvez reencontrar todos os professores não. Disciplina, atenção e estudo constante. São várias as cobranças dos educadores e para aliviar a tensão nada melhor que uma boa comédia que nos apresenta a professora dos sonhos. Ela não é surreal apenas por sua beleza e corpo esguio, mas também por sua incrível e duvidosa habilidade em lidar com os alunos. Este é o perfil da protagonista de Professora sem Classe (2011), uma comédia de humor negro que coloca no centro das atenções uma mulher que não é um exemplo de boa profissional e também deixa muito a desejar como pessoa. Todavia, seus métodos de ensino devem agradar em cheio aos alunos que gostam tanto de ficar de pernas pro ar quanto a própria educadora.

Elizabeth Halsey (Cameron Diaz) é uma balzaquiana que passou a vida toda correndo atrás de parceiros milionários para conseguir vida fácil e com todas as regalias possíveis. Apesar disso, profissão ela tem. É professora, mas odeia o que faz. Assim, toda vez que encontra um parceiro do jeito que sonhou abandona seu emprego, mas quando seu último golpe é descoberto ela precisa voltar a lecionar em um colégio tradicionalista. Desbocada, trambiqueira e preguiçosa, ela empurra com a barriga o trabalho. Seu grande objetivo é aguentar a rotina monótona até conseguir o dinheiro necessário para fazer uma cirurgia de aumento de seios acreditando que assim o próximo pretendente não lhe escaparia. Para sua sorte a vítima do próximo golpe vem do lugar que ela menos esperava: o próprio colégio. O novo professor de matemática, Scott Delacorte (Justin Timberlake), além de bonito e simpático é um rico herdeiro que gosta de trabalhar. O homem perfeito para Elisabeth, mas o rapaz não parece ser facilmente seduzível e até uma concorrente entra na jogada, a professora Amy (Lucy Punch), que é apenas um pouco mais ajuizada que a rival.

Roteirizado por Gene Stupnitsky e Lee Eisenberg, responsáveis pela série de TV “The Office“, a história realmente tem bons momentos seguindo o caminho do humor negro no estilo de Se Beber Não Case. Do início ao fim temos algumas piadas de mau gosto eficientes e personagens nada convencionais em cena. Montado para ser um veículo para Cameron se desvencilhar do carma da mocinha sonhadora e romântica que a persegue, afinal já é quase uma quarentona, ela foi premiada com o papel de uma mulher que se esqueceu de crescer e vive como uma eterna adolescente irresponsável. Algumas de suas cenas são apelativas, como a que mostra ela lavando carros brincando com a mangueira, mas outras até são bem boladas, como as várias vezes que passa filmes aos alunos enquanto tira uma soneca. Ela leva a sério a frase “cinema é cultura”. O humor reside justamente em explorar ao máximo o comportamento transviado daquela que deveria ser um exemplo aos novos membros da sociedade. Provável que os alunos sejam bem mais ingênuos e recatados que a própria educadora.
Estamos acostumados que em produções comerciais o politicamente correto seja mantido até certa altura da narrativa, abrindo espaço para que as convenções tomem conta do pedaço e transformem o anarquismo em disciplina, porém, o diretor Jake Kasdan, de Um Elenco do Barulho, optou por não regenerar sua protagonista. Embora ensaie o arrependimento da moça por tudo de errado que fez, ele volta atrás e a mantém com a personalidade praticamente intacta. Por não sofrer transformações, a personagem acaba ficando enfraquecida ao longo da trama e deixando o terreno aberto para os coadjuvantes brilharem, como a sua rival. Lucy Punch tem uma participação considerável e encontrou aqui a chance de se livrar do estigma de ser aquele rosto conhecido de tantos filmes, mas cujo nome ninguém sabe. Pena que não aproveitou a oportunidade ou os roteiristas é que foram infelizes com suas cenas. Já Timberlake arrisca e até acerta fugindo do estereótipo do galã. Com um papel de rapaz fútil e beirando a imbecilidade, ele só consegue seduzir mesmo as mocinhas da fita, mas se o que elas querem é sexo, ele não é a melhor opção como deixa claro em uma sequência estapafúrdia. Por fim, temos Jason Segel como um pacato professor de educação física, embora aparente estar acima do peso e não musculoso, de longe o tipo mais normal.

Alguns apontam Professora sem Classe como um produto singular e divertido e outros demonstram verdadeira ojeriza diante de tantas cenas apelativas tanto no visual quanto no conceito e diálogos. Todavia, o longa tem o mérito de ser ousado e brincar com a figura do professor, profissional colocado em um pedestal em obras edificantes. Ao Mestre com Carinho marcou época e inúmeros filmes semelhantes foram e ainda são lançados anualmente, sempre colocando o educador como amigo dos alunos, mesmo que eles sejam indisciplinados e até desrespeitosos. No fim ele sempre dá um jeito na turma e coloca a todos no caminho do bem. Vendo por este ângulo, é até bom que Kasdan não tenha feito sucesso com seu filme, pois poderia ter provocado a ira dos profissionais da classe que se sentiriam ofendidos e com seu trabalhado achincalhado. Quem se propor a ver esta comédia não pode ser tão radical a ponto de enxergar uma crítica ácida no enredo. Simplesmente relaxe e dê algumas boas risadas. Certamente em pouco tempo você terá esquecido o que viu, mas estará com os ânimos revigorados para voltar a rotina de estudos.

Um comentário:

Luís disse...

Confesso que eu ri assistindo ao filme, achei engraçado em algumas partes.


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