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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

SUSAN SARANDON, MATURIDADE EM CENA


Ela não é lembrada como um exemplo de mulher bonita, mas em uma época em que belos rostos e pouco talento imperam ela consegue se destacar. Com um rosto e trejeitos um tanto comuns, ela passa longe do glamour hollywoodiano, apesar de ter um currículo extenso e invejável e muitas indicações a prêmios. Assim é Susan Sarandon, uma estrela que continua sendo uma das atrizes mais requisitadas em uma idade que muitas reclamam da falta de convites e do esquecimento por parte do público e crítica.

Susan Abigail Tomalin é uma norte-americana nascida em 04 de outubro de 1946 que traz no sangue uma grande miscigenação. Seu pai Phillip Leslie Tomalin tinha descendência irlandesa, inglesa e galesa enquanto sua mãe Lenora Marie Criscione nasceu na cidade italiana de Ragusa, na Sicília. Ela foi criada em uma grande família muito religiosa e é a mais velha entre os nove irmãos, assim ela cresceu ajudando sua mãe nos trabalhos domésticos e cuidando da família. Em 1964 ingressou na Catholic University of America Drama School onde ganhou o título de bacharel em Artes.

Foi durante o período universitário que conheceu seu primeiro marido, Chris Sarandon, também ator. A paixão avassaladora resultou em um matrimônio em 1967 realizado pelo próprio diretor do departamento de dramaturgia da universidade. A união durou até 1979 quando se divorciaram, mas Susan continuou usando o sobrenome famoso profissionalmente, pois já era conhecida por ele e seu ex estava em crescente ascensão na carreira. As más línguas dizem que esse relacionamento acabou por que veio a tona a real opção sexual de Chris. Se não tivessem ficado mais de uma década casados, a união poderia ser facilmente tachada como um golpe de marketing, pois ambos estavam dando passos largos na carreira. Curiosamente, após a separação, a atriz emplacou diversos sucessos enquanto a vida artística do ator foi para o ralo após o ápice em meados dos anos 80.

A primeira atuação de Susan no cinema ocorreu em 1970 no filme Joe - Das Drogas à Morte, que conta a história de um pai que mata o namorado da filha por levá-la ao mundo das drogas. O tema forte para a época causou controvérsias, mas logo caiu no esquecimento. Curiosamente, seu então marido foi recusado para ser o protagonista. Nos anos seguintes, ela não teve sorte e continuou atuando em filmes para a televisão ou produções fraquinhas até que em 1975 recebeu um convite que mudaria sua trajetória. Conseguiu papel de destaque em The Rocky Horror Picture Show, um cult do terror até hoje.  Na trama sua personagem e o noivo são obrigados a fazer uma parada em um misterioso castelo cujo anfitrião é um bissexual. Loucura total para um lançamento do período.

Em 1978 conheceu o cultuado diretor Louis Malle durante as filmagens de Pretty Baby, filme que promoveu uma grande mudança na carreira de Susan, passando a conseguir papéis melhores e com reconhecimento por parte do público e crítica, e até daria um novo ruma aos trabalhos do cineasta. Aqui ela interpreta uma prostituta que incentiva a sua filha a seguir os seus passos e a abandona ainda muito jovem. A parceria foi repetida em Atlantic City (1980), obra premiada em Cannes e pela qual Susan recebeu sua primeira indicação ao Oscar vivendo uma mulher envolvida em um mundo de negócios ilícitos. Detalhe, o relacionamento entre a atriz e o diretor começou quando ela ainda estava casada e certamente influenciou na decisão do divórcio. A união durou pouco, mas abriu caminho para que ela conseguisse fazer pelo menos um filme por ano, mas barulho mesmo só fez de novo com As Bruxas de Eastwick (1987), comédia em que vive uma mulher que se reúne semanalmente para conversar sobre relacionamentos com as amigas vividas por Cher e Michelle Pfeiffer, ambas então com a vida profissional em alta. Completando o time temos Jack Nicholson como uma espécie de sedutor diabólico.

Logo depois ela viveu um romance com Kevin Costner no filme Sorte no Amor (1988), trama envolvendo religião e um dos esportes preferidos dos americanos: o beisebol. Realmente, esse trabalho lhe trouxe bons fluidos no campo amoroso. Durante as filmagens ela se apaixonou pelo ator e diretor Tim Robbins com quem ficou junto por mais de vinte anos e teve dois filhos. Antes desse longo relacionamento ela também se envolveu com o diretor italiano Franco Amurri, com quem teve uma filha, e com o ator Sean Penn. Curiosamente, Robbins deu os papéis principais de seu filme Os Últimos Passos de Um Homem (1995) para sua esposa e seu ex. Penn vive um condenado a morte que recebe o apoio em seus últimos momentos de uma freira que tenta salvá-lo deste triste fim. O papel rendeu a Susan um Oscar, mas nem sempre ela foi bem vista pela Academia de Cinema. Durante alguns anos ela e o marido foram proibidos de participar da maior festa do cinema após comentários sobre causas políticas e sociais em algumas cerimônias.


De protagonista a coadjuvante

Antes de receber o Oscar de Melhor Atriz, Susan conquistou elogios pelas suas atuações em Thelma e Louise (1991), onde cansada da vida monótona decide viver um fim de semana diferente viajando, O Óleo de Lorenzo (1992), no qual vive uma mãe desesperada em busca da cura para a doença rara do filho, Adoráveis Mulheres (1994), produção em que vive a matriarca de uma família repleta de mulheres em dificuldades durante período de guerra, e O Cliente (1994), vivendo uma advogada inexperiente pegando um importante caso para defender.

Ainda obteve muito sucesso como uma mulher que sofre de câncer e tenta unir seus filhos ao seu ex-marido e sua nova companheira em Lado a Lado (1998), vivendo uma esposa desconfiada que seu marido a trai com uma bela professora de dança em Dança Comigo? (2004) e chegou próxima do público infantil com Encantada (2007), vivendo uma perversa rainha que chega a Nova York contemporânea diretamente dos contos de fadas. Ela ainda emprestou sua voz para dublar personagens em Rugrats - Os Anjinhos em Paris (2000) e Como Cães e Gatos (2001).

Teve uma atuação bem elogiada pela crítica pelo pouco visto A Estranha Família de Igby (2002) como a matriarca de um clã repleto de problemas e tipos esquisitos. Alguns críticos consideram uma injustiça seu nome ter ficado de fora da lista das indicadas ao Oscar. Desde então, Susan tem participado de muitos filmes, mas longe de serem interpretações marcantes e a maioria como coadjuvante ou com atuações que acabam parecendo pequenas diante de um numeroso elenco ou papéis mais fortes que o seu. Por exemplo, viveu uma avó pouco amável em Um Olhar do Paraíso (2009) e a mãe que perde o filho, mas vê a chance de sentir sua presença novamente com a possibilidade de um neto no drama Em Busca de Uma Nova Chance (2010). Ainda viveu uma esposa traída no musical Romance e Cigarros (2005) e foi sucumbida pelo excesso de cores e efeitos especiais de Speed Racer (2008).

Mesmo entrando numa fase da carreira em que muitos intérpretes desistem de tudo ou se decepcionam com a falta de oportunidade, Susan Sarandon continua um nome quente em Hollywood e é uma das atrizes prediletas do público feminino com faixa etária semelhante. Ela é como um exemplo para elas seguirem. Bem sucedida profissionalmente, ainda exercendo seus trabalhos, cheia de idéias a favor de causas sociais e sem medo de ser feliz no amor, a atriz parece estar enfrentado um momento profissional produtivo, mas de pouco destaque na mídia. Se no trabalho ela está mais para coadjuvante, na maneira que conduz sua vida ela não deixa de ser a protagonista. Da mesma safra que nos deu grandes talentos como Meryl Streep e Glenn Close, Susan ainda tem muito a oferecer e ainda deve surpreender com interpretações fortes e marcantes.

2 comentários:

spring disse...

A Susan Saradon é uma excelente actriz com provas mais que dadas, no entanto os Grandes Estúdios cada vez mais, esquecem-se dos grandes actores, o que lamentamos.
Parabéns peço blog.
Abraço cinéfilo
Rui Luís Lima

renatocinema disse...

Merecido destaque.


Grande atriz, que brilha pelo talento, apesar de sua beleza também merecer crédito, em minha opinião.

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