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domingo, 3 de abril de 2011

OLHAR ESTRANGEIRO

Nem só de americanos legítimos vive o cinema de Hollywood. Muitos atores de outros países já se arriscaram nas produções ianques e obtiveram sucesso como os espanhóis Javier Bardem e Penélope Cruz, a sul-africana Charlize Theron, o mexicano Gael García Bernal, os ingleses Colin Firth e Maggie Smith, os orientais Jackie Chan, Jet Li e Michelle Yeoh, entre tantos outros desde os primórdios do cinema. Nos bastidores, também há representantes de outras descendências trabalhando na maquiagem, com os figurinos e cenários, na coordenação do som e edição de imagens, e em tantas outras atividades necessárias para fazer um filme. O próprio Brasil já importou nomes como dos atores Alice Braga e Rodrigo Santoro, o montador Daniel Rezende e o fotógrafo Affonso Beato.

Nos últimos anos também tem se tornado comum um diretor não americano no comando de produções grandiosas e repletas de estrelas. Sucessos ou não, estes filmes na maioria das vezes apresentam um olhar diferente para o já batido estilo americano. Alguns diretores inclusive conseguem mudar a idéia inicial de um roteiro e imprimir seus gostos, os seus olhares de fora do sistema. Eles trazem na bagagem experiências bem sucedidas em seus países de origem e acrescentam à filmografia dos EUA novos conceitos e soluções para a escrita de roteiros, montagem, enquadramentos, criação de espaços e figurinos e em várias outras áreas.

Confira alguns dos diretores estrangeiros que conseguiram atrair a atenção de Hollywood e estão deixando seus nomes marcados na história do cinema.

Babel
Alejandro González Iñarritu (México) - Amigo de Guillermo Del Toro e Alfonso Cuarón (os três tiveram produções concorrendo ao Oscar em 2007), o diretor tem uma filmografia mais pesada. Trabalhou com uma intricada trama em Amores Brutos (2000), estreou nos EUA falando sobre drogas em 21 Gramas (2003) e trabalhou com uma história cujo fato principal repercute em diversas partes do mundo em Babel (2006), todos reconhecidos pela crítica. Também é o responsável por Biutiful (2010).


Filhos da Esperança
Alfonso Cuarón (México) - Começou a carreira com a fantasia A Princesinha (1995) e readaptando o texto clássico Grandes Esperanças (1998). Voltou ao México onde fez o sucesso de crítica E Sua Mãe Também (2001). Anos depois dirigiu Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004) e imprimiu seu estilo na adaptação do terceiro livro da série. A produção apocalíptica Filhos da Esperança (2006) veio em seguida, mas até hoje é um título pouco reconhecido. Também fez um dos curtas de Paris, Te Amo (2006).


O Segredo de Brokeback Mountain
Ang Lee (Taiwan) - Obteve reconhecimento com Banquete de Casamento (1993) e Comer, Beber, Viver (1994). Dirigiu Emma Thompson em Razão e Sensibilidade (1995) e Kevin Kline em Tempestade de Gelo (1997). No Oriente rodou sua obra-prima O Tigre e o Dragão (2000). Depois fez o criticado Hulk (2003) e levou o Oscar de direção e um prêmio no Festival de Veneza por  O Segredo de Brokeback Mountain (2005). Voltou a ser premiado em Veneza pelo luxuoso Desejo e Perigo (2007).


Rio
Carlos Saldanha (Brasil) - Criador de animações, ficou famoso pela série A Era do Gelo, iniciada em 2002. Co-dirigiu o primeiro, produziu o segundo e finalmente assumiu a direção do terceiro longa da franquia. Também co-dirigiu Robôs (2005) e é o diretor geral de Rio (2011). Saldanha trouxe uma equipe de desenhistas americanos para verem de perto as paisagens cariocas e prestarem atenção em todos os detalhes típicos para dar mais veracidade ao longa.



Ensaio Sobre a Cegueira
Fernando Meirelles (Brasil) - Ganhou experiência com comerciais e produções modestas como Menino Maluquinho 2 (1999) e Domésticas (2001)  antes de ficar famoso mundialmente com Cidade de Deus (2002). Depois dirigiu o elogiado O Jardineiro Fiel (2004) e se esmerou nos cuidados para ser fiel ao livro na adaptação Ensaio Sobre a Cegueira (2008). Ele também se dedica a seriados, alguns originados de filmes ou servindo de teste para o cinema. Colaborou também com Brasil Animado (2010).


Happy Feet - O Pinguim
George Miller (Austrália) - Marcou época com a aventura pós-apocalíptica Mad Max (1979) e suas continuações consideradas melhores que o original. Mas o diretor não se prendeu ao gênero de ação e fez a comédia As Bruxas de Eastwick (1987), o drama O Óleo de Lorenzo (1992), o infantil Babe - O Porquinho atrapalhado na Cidade (1998) e a bomba O Ataque do Dente de Sabre (2005). Levou o Oscar de Melhor Animação pelo simpático Happy Feet - O Pinguim (2006) e trabalhou na continuação deste desenho.


Hellboy 2 - O Exército Dourado
Guillermo Del Toro (México) - Alternando projetos hollywoodianos com outros mais intimistas em seu idioma, o diretor sempre aborda um universo fantástico. Sua estréia americana foi com Mutação (1997). Depois vieram Blade II (2002), Hellboy (2004) e sua continuação. Na Espanha fez A Espinha do Diabo (2001) voltando ao tema crianças em tempos de guerra em O Labirinto Fauno (2006). Produziu também as fitas espanholas O Orfanato (2007) e Os Olhos de Julia (2011).


Missão Impossível 2
John Woo (China) - Consagrado com um dos melhores diretores para cenas de ação por filmes como O matador (1989), Bala na Cabeça (1990) e Fervura Máxima (1992), seu talento chamou atenção no Ocidente. O diretor foi levado ao solo americano por Jean Claude Van Damme para comandar O Alvo (1993) e se uniu a Tom Cruise para Missão Impossível 2 (2000). Fez títulos menos lembrados como Códigos de Guerra (2002) e O Pagamento (2003), mas sempre deixa suas marcas registradas.


Missão Babilônia
Mathieu Kassovitz (França) - Iniciou a carreira como ator participando de filmes de prestígio como Ladrão de Sonhos (2005), O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001) e Munique (2005). Lançou-se como diretor e ganhou notoriedade com O Ódio (1995), O Quinto Elemento (1997) e Rios Vermelhos (2000). Também dirigiu atores famosos em produções irregulares e com pouco sucesso como Halle Berry no suspense Na Companhia do Medo (2003) e Vin Diesel na ação futurista Missão Babilônia (2008).

  
Perigo em Bangkok
Pang Brothers (China) - A dupla de irmãos diretores fez sucesso no Oriente com produções de terror baseadas em fatos relacionando à espíritos, como Visões (2004) e Os Mensageiros (2007). Os filmes chegaram a ser distribuídos para todos os cantos do mundo, mas não escaparam de ganhar versões americanas. Na estréia como diretores nos EUA, tiveram a chance de refilmar o primeiro filme de seu currículo, Perigo em Bangkok, mas não causou furor como suas obras sobre fantasmas.


O Homem Sem Sombra
Paul Verhoeven (Holanda) - Adepto da violência em sues filmes, dirigiu Soldado de Laranja (1983) e Conquista Sangrenta (1985), o que o levou a comandar a aventura futurista RoboCop (1987). Causou barulho, polêmica e jogou nas alturas seu nome com Instinto Selvagem (1992). Teve uma fase negra propiciada pelo fracasso de Showgirls (1995). Fez as pazes com o cinema em O Homem Sem Sombra (2000) e voltou a seu país de origem para rodar a mistura de drama e suspense de época A Espiã (2006).

  
Um Olhar do Paraíso
Peter Jackson (Nova Zelândia) - Diretor com uma filmografia eclética, lançou a atriz Kate Winslet em Almas Gêmeas (1994) e dirigiu o irregular Os Espíritos (1996). Conquistou o mundo com a trilogia O Senhor dos Anéis, iniciada em 2001, ganhando o Oscar de direção pelo último título da série. Realizou mais uma refilmagem de King Kong (2005), com direito a dinossauros que lutavam com o gorilão. Também dirigiu o tocante Um Olhar do Paraíso (2009).


O Gângster
Ridley Scott (Inglaterra) - Detentor de um extenso currículo de produções televisivas, o diretor estreou no cinema com Os Duelistas (1977). Depois, foi levado aos EUA para dirigir Alien - O Oitavo Passageiro (1979). Tem vários sucessos na carreira como Thelma e Louise (1991), Falcão Negro em Perigo (2001), O Gângster (2007) e o cultuado Blade Runner (1982). Foi indicado a três Oscars, inclusive pelo premiado Gladiador (2000). Fez em 2010 mais uma releitura do clássico Robin Hood.
  

2012
Roland Emmerich (Alemanha) - Não tinha nem trinta anos quando viu seu projeto de graduação chamado O Princípio da Arca de Noé abrir o Festival de Berlim em 1984. Anos depois ganhou prestígio com Soldado Universal (1992) e se tornou símbolo do cinema-catástrofe moderno ao acabar com o mundo nas produções Independency Day (1996), O Dia Depois de Amanhã (2004) e 2012 (2009). Também trouxe de volta feras da natureza em Godzilla (1998) e 10.000 A.C. (2008), além do épico O Patriota (2000).


Água Negra
Walter Salles (Brasil) - Ficou famoso ao levar Central do Brasil (1998) aos maiores festivais e premiações do mundo conquistando diversos prêmios. Após o pretensioso Abril Despedaçado (2001), comandou um elenco estrangeiro em Diários de Motocicleta (2004) e imprimiu seu estilo mais intimista ao remake de uma produção oriental, Água Negra (2005), originalmente um suspense. O filme fracassou e ele voltou seus olhos para o Brasil onde fez Linha de Passe (2008) com repercussão modesta.

3 comentários:

Diego S. Lima disse...

Muito legal o post..devo confessar que gosto bastante de todos aqui citados, principalmente por darem qualidade a Hollywood, e é otimo ver cineastas brasileiros sendo reconhecidos..!

Guto Nascimento disse...

Post e blog incríveis! Parabéns! Jah estou te seguindo... Abraços! :)

Wil disse...

Tem muitos atores, atrizes e diretores em Hollywood de nacionalidades diversas. Como todos nós sabemos, é difícil, muito difícil entrar no esquema.
O maior gênio da história do cinema em todos os tempos, Charles Chaplin, sabia muito bem disso.
Conquistou a América e décadas depois foi expulso. Ainda bem que reconheceram o erro absurdo de cometeram.
Um grande abraço e ótima matéria.

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