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quinta-feira, 14 de abril de 2011

RECENTE SAFRA DO CINEMA NACIONAL GANHA MOSTRA

Tropa de Elite 2 bateu recordes de bilheterias e atingiu o topo
da lista dos filmes nacionais mais vistos de todos os tempos

No início da década de 90, o cinema nacional, que já não ia bem das pernas, recebeu mais um golpe durante a era governada pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello. Alguns anos depois, a produção cinematográfica do Brasil foi reaquecida, tendo como marco da retomada Carlota Joaquina. Mas talvez ninguém esperava o boom que ocorreu nos anos 2000.


Os filmes nacionais conseguiram atingir maturidade, conquistaram o público, invadiram as salas dos multiplex de shoppings, foram premiados internacionalmente e ainda desbravaram novos caminhos que se tornaram estilos de como fazer cinema. Para passar a limpo a recente história da nossa produção cinematográfica o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo inaugurou uma mostra no dia 13/04 que continuará até o feriado de 1º de maio. O evento também ocorrerá de 26/04 à 08/05 no Rio de Janeiro.

A mostra se chama "Cinema Brasileiro: Anos 2000, 10 Questões". Serão pouco mais de cinquenta títulos agrupados de acordo com as tais dez questões propostas com o objetivo de analisar as mudanças positivas e negativas e a nova estética de nosso cinema. Diversos debates ocorrerão durante o evento com especialistas e críticos da área.

De acordo com os organizadores, é possível ver que o gênero comédias que seguem o formato ou são baseadas em modelos televisivos são o grande carro-chefe dos últimos anos, como Se Eu Fosse Você e De Pernas Pro Ar. As cinebiografias também chamam a atenção, como Cazuza, 2 Filhos de Francisco, Meu Nome Não é Johnny e Bruna Surfistinha. Recentemente, a onda de filmes espíritas também tem se tornado uma nova corrente do nosso cinema, iniciada com Bezerra de Menezes e consagrada com os grandes sucessos de Chico Xavier e Nosso Lar.


Estômago é um exemplo de filme nacional muito elogiado e premiado
que não encontrou o grande público nas salas de cinema

Mesmo emplacando diversos sucessos na sequência, muitos filmes nacionais, alguns até premiados e com ótimas críticas, continuam sendo fracassos de público, como Baixio das Bestas, Estômago e O Signo do Caos. Os títulos que fogem muito da estética da televisão, com elenco desconhecido, enredos violentos e projetos nitidamente realizados para satisfazer o ego de seus criadores são as maiores vítimas. Nem mesmo alguns que tiveram o apoio na produção ou divulgação da Globo Filmes, empresa que teve papel fundamental para revitalização do nosso cinema, escaparam de entrar na lista das obras que não deram certo.

Alguns fracassos realmente são merecidos por serem produções difíceis ou pesadas feitas para agradar aos críticos e não ao grande público. Não que essas obras não devam existir, mas em um período em que essa indústria ainda está criando raízes, produzir um material que muitas vezes leva anos para ficar pronto e não atinge bilheteria satisfatória, é praticamente um crime, ainda mais por na maioria das vezes eles serem feitos com incentivos fiscais provenientes de dinheiro público.

Para quem não pode assistir a mostra, é possível encontrar dezenas de títulos brasileiros nas locadoras e tecer suas próprias reflexões. Experimente ver obras comerciais e outras mais alternativas. Perceba as diferenças de estética, conteúdo, tipo de interpretação e, se possível, tente compreender o modelo de produção adotado e qual o seu objetivo. Com certeza, o hábito de analisar as produções dessa maneira tornará suas sessões de filmes, em casa ou no cinema, muito mais interessantes e agradáveis.

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