Para quem é mais ambientado com o mundo do cinema e videolocadoras, certamente conhece os termos majors e independentes. Essas denominações são dadas para definir as grandes e as pequenas empresas produtoras e/ou distribuidoras de filmes. Elas são identificadas logo no início do filme quando são exibidas suas logomarcas e vinhetas, algumas bem marcantes como a da Fox.
As majors são as empresas de grande porte que geralmente lançam os filmes mais aguardados do ano e dão ênfase à grandes projetos envolvendo estrelas do cinema e muitos efeitos especiais. Já as independentes são produtoras pequenas que lançam filmes mais intimistas, estrangeiros e de orçamentos mais modestos, mas nem por isso são desmerecedoras de atenção. Pelo contrário, nos últimos anos as produções menores têm conquistado cada vez mais público e chegando a levar seus títulos até a festa do Oscar, fugindo de se restringir apenas aos festivais.
Vários diretores e atores têm suas próprias produtoras, como a Icon de Mel Gibson. Outras empresas se especializam em algum determinado gênero, como a Dark Castle e a Ghost House, especializadas em filmes de terror. Estes são exemplos de firmas bem sucedidas e que conseguem facilmente um bom estúdio para distribuir os seus títulos, mas em geral as independentes precisam de festivais para expor seu portifólio e conseguir fechar seus negócios. É assim que funciona, por exemplo, o Festival de Cannes que ocorre anualmente no primeiro semestre. Distribuidores vão até a mostra de cinema na expectativa de fechar boas compras e muitos apostam apenas em um título. Isso mesmo, alguns contratos são firmados sem mesmo haver um filme pronto, basta ter um diretor de confiança ou elenco respeitável envolvido no projeto.

O problema das empresas independentes é que elas não possuem os direitos das produções por longos períodos. Sempre é preciso ser renovado os direitos de uso. Por isso, muitas obras da época das fitas de vídeo hoje não estão disponíveis em dvd e outras de tempos em tempos mudam de distribuidor. O fechamento de empresas no Brasil e mundo a fora na transição das fitas para o dvd e pelo avanço das cópias ilegais também contribuíram para que excelentes filmes e outros ruins de dar dó sumissem do mapa. Até a exibição em televisão deles não ocorre porque seus direitos não estão sob o poder de nenhum distribuidor.
Em cenário bem diferente vivem as majors, as grandes empresas que produzem e distribuem seus filmes. Vez ou outra elas produzem e não gostam do resultado e passam a diante os direitos de distribuição ou compram filmes em festivais. A aquisição de títulos ocorre só se o filme for muito comentado, premiado e se estiver ameaçando os grandes estúdios em alguns territórios. Foi o que aconteceu com A Viagem de Chihiro que foi um enorme sucesso no Japão e assustou a Disney que comprou os direitos e fez uma distribuição ruim do título nos EUA. Foram traídos pela arrogância. O desenho de Hayao Myiazaki acabou ganhando o Oscar de Animação.
A Disney reinou absoluta no gênero de animação durante muitos anos, teve períodos de trevas, se reergueu nos anos 90 e foi uma das primeiras a firmar parceria com outra produtora para lançar filmes computadorizados. Os títulos com selo Pixar eram apenas distribuídos pela Disney, mas depois a empresa do Mickey Mouse comprou o estúdio de animação por computador para também colaborar na produção. A famosa Sony Pictures de hoje em dia é a junção de duas empresas: a quase centenária Columbia Pictures junto com seu outro braço cinematográfico, a TriStar, originária da junção com canais de televisão. A empresa de eletrônicos foi esperta ao se unir com produtoras para alavancar a venda de seus equipamentos que proporcionam levar praticamente um cinema para dentro de casa.
As também quase centenárias e produtoras de grandes clássicos Paramount e Fox continuam na ativa com grandes produções e colecionando prêmios, mas também fracassos. Atualmente ambas vivem de franquias de sucessos como Homem de Ferro e X-Men respectivamente. Completam o time das majors em funcionamento e em alta a Universal, muito lembrada pelos seus clássicos do terror das décadas de 30 e 40, e a Warner, grande fábrica de sucessos, séries e desenhos animados.
Estas seis majors e mais cerca de uma dezena de independentes são as responsáveis por manter em atividade o setor cinematográfico no Brasil, tanto para cinemas quanto para locadoras, não sendo necessariamente a mesma empresa a fazer o lançamento do título nas duas frentes, o que explica o porquê de vários filmes passarem nos cinemas e demorarem ou nem saírem em dvd. E são essas mesmas empresas que imploram por medidas que impeçam a proliferação da pirataria nas ruas e pela internet para evitar que as luzes de suas câmeras e refletores se apaguem de vez.
2 comentários:
Muito bom esse artigo, super essencial!
E para melhor filme do ano eu voto sem dúvidas em CISNE NEGRO! Aquilo é pura arte =p
Gostei do blog.
Abraços
www.ofalcaomaltes.blogspot.com
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