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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MAJORS VS. INDEPENDENTES


Para quem é mais ambientado com o mundo do cinema e videolocadoras, certamente conhece os termos majors e independentes. Essas denominações são dadas para definir as grandes e as pequenas empresas produtoras e/ou distribuidoras de filmes. Elas são identificadas logo no início do filme quando são exibidas suas logomarcas e vinhetas, algumas bem marcantes como a da Fox.

As majors são as empresas de grande porte que geralmente lançam os filmes mais aguardados do ano e dão ênfase à grandes projetos envolvendo estrelas do cinema e muitos efeitos especiais. Já as independentes são produtoras pequenas que lançam filmes mais intimistas, estrangeiros e de orçamentos mais modestos, mas nem por isso são desmerecedoras de atenção. Pelo contrário, nos últimos anos as produções menores têm conquistado cada vez mais público e chegando a levar seus títulos até a festa do Oscar, fugindo de se restringir apenas aos festivais.

Vários diretores e atores têm suas próprias produtoras, como a Icon de Mel Gibson. Outras empresas se especializam em algum determinado gênero, como a Dark Castle e a Ghost House, especializadas em filmes de terror. Estes são exemplos de firmas bem sucedidas e que conseguem facilmente um bom estúdio para distribuir os seus títulos, mas em geral as independentes precisam de festivais para expor seu portifólio e conseguir fechar seus negócios. É assim que funciona, por exemplo, o Festival de Cannes que ocorre anualmente no primeiro semestre. Distribuidores vão até a mostra de cinema na expectativa de fechar boas compras e muitos apostam apenas em um título. Isso mesmo, alguns contratos são firmados sem mesmo haver um filme pronto, basta ter um diretor de confiança ou elenco respeitável envolvido no projeto.
 
No Brasil, a atuação das independentes é bastante ativa, destacando-se o trabalho da Paris Filmes, há anos no mercado e detentora dos direitos da série Crepúsculo, e da Imagem Filmes, responsável pela distribuição de um excelente acervo de dramas e produções estrangeiras, muitas inclusivas indicadas ou vencedoras do Oscar. Outras tantas empresas de pequeno porte surgiram nos últimos tempos, mas a maioria conta com um acervo irregular e se abastecem de produções de gosto duvidoso e com caráter extremamente comercial. Quem era assim e mudou foi a Califórnia Filmes. Antes era uma empresa que lançava pérolas do trash como Skeletoman, Mosquito Man, entre outros. Aos poucos, os diretores foram em busca de obras premiadas e famosas em festivais e cresceram, lançando atualmente, além dos inevitáveis filmes para encher prateleiras de locadoras, filmes comerciais de bom gosto e obras para públicos menores.

O problema das empresas independentes é que elas não possuem os direitos das produções por longos períodos. Sempre é preciso ser renovado os direitos de uso. Por isso, muitas obras da época das fitas de vídeo hoje não estão disponíveis em dvd e outras de tempos em tempos mudam de distribuidor. O fechamento de empresas no Brasil e mundo a fora na transição das fitas para o dvd e pelo avanço das cópias ilegais também contribuíram para que excelentes filmes e outros ruins de dar dó sumissem do mapa. Até a exibição em televisão deles não ocorre porque seus direitos não estão sob o poder de nenhum distribuidor.

Em cenário bem diferente vivem as majors, as grandes empresas que produzem e distribuem seus filmes. Vez ou outra elas produzem e não gostam do resultado e passam a diante os direitos de distribuição ou compram filmes em festivais. A aquisição de títulos ocorre só se o filme for muito comentado, premiado e se estiver ameaçando os grandes estúdios em alguns territórios. Foi o que aconteceu com A Viagem de Chihiro que foi um enorme sucesso no Japão e assustou a Disney que comprou os direitos e fez uma distribuição ruim do título nos EUA. Foram traídos pela arrogância. O desenho de Hayao Myiazaki acabou ganhando o Oscar de Animação.

A Disney reinou absoluta no gênero de animação durante muitos anos, teve períodos de trevas, se reergueu nos anos 90 e foi uma das primeiras a firmar parceria com outra produtora para lançar filmes computadorizados. Os títulos com selo Pixar eram apenas distribuídos pela Disney, mas depois a empresa do Mickey Mouse comprou o estúdio de animação por computador para também colaborar na produção. A famosa Sony Pictures de hoje em dia é a junção de duas empresas: a quase centenária Columbia Pictures junto com seu outro braço cinematográfico, a TriStar, originária da junção com canais de televisão. A empresa de eletrônicos foi esperta ao se unir com produtoras para alavancar a venda de seus equipamentos que proporcionam levar praticamente um cinema para dentro de casa.

As também quase centenárias e produtoras de grandes clássicos Paramount e Fox continuam na ativa com grandes produções e colecionando prêmios, mas também fracassos. Atualmente ambas vivem de franquias de sucessos como Homem de Ferro e X-Men respectivamente. Completam o time das majors em funcionamento e em alta a Universal, muito lembrada pelos seus clássicos do terror das décadas de 30 e 40, e a Warner, grande fábrica de sucessos, séries e desenhos animados.

Estas seis majors e mais cerca de uma dezena de independentes são as responsáveis por manter em atividade o setor cinematográfico no Brasil, tanto para cinemas quanto para locadoras, não sendo necessariamente a mesma empresa a fazer o lançamento do título nas duas frentes, o que explica o porquê de vários filmes passarem nos cinemas e demorarem ou nem saírem em dvd. E são essas mesmas empresas que imploram por medidas que impeçam a proliferação da pirataria nas ruas e pela internet para evitar que as luzes de suas câmeras e refletores se apaguem de vez.

2 comentários:

Tsu disse...

Muito bom esse artigo, super essencial!

E para melhor filme do ano eu voto sem dúvidas em CISNE NEGRO! Aquilo é pura arte =p

ANTONIO NAHUD disse...

Gostei do blog.
Abraços

www.ofalcaomaltes.blogspot.com

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