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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

FESTIVAL DE FÉRIAS - O REI LEÃO

Hoje é o primeiro dia de férias para muita gente e para começar muito bem este período longo de diversão e descanso a dica é rever ou assistir pela primeira vez um título que gerou certa repercussão em 2011 mesmo sendo uma produção lançada há quase duas décadas. Trata-se de O Rei Leão (1994), um dos longas metragens de animação mais bem sucedidos de todos os tempos. Representou o ápice de um momento glorioso dos estúdios Disney que nos anos seguintes não acertou o passo com seus projetos de cinema ou pelo menos eles não corresponderam as expectativas. O estúdio sempre gostou de dar lugar de destaque aos animais, mesmo que eles não falassem uma única palavra. Assim, já tivemos em cena elefantes, ratinhos, gatos, cachorros, ursos, aves entre tantas outras espécies. Até quando eles são coadjuvantes acabam roubando a cena. No caso da história de um leãozinho enfrentando as dificuldades para viver sem a família, protagonista e personagens secundários conseguiram emocionar e divertir milhões de pessoas no mundo todo tão bem quanto atores de carne e osso. Crianças e adultos sorriem praticamente durante toda a duração do filme, mas o enredo também reserva espaço para temas mais difíceis como a morte, a inveja, a ganância e a perversidade, mas, felizmente, o bem sempre vence e somos presenteados com um final encorajador e conformador.


Tudo começa com o nascimento de Simba, um filhote de leão que já nasceu com uma grande responsabilidade: suceder seu pai Mufasa no comando da savana africana. A sequência inicial que mostra o recém-nascido recebendo a bênção do sábio babuíno Rafiki é de fazer qualquer um se arrepiar de emoção e é uma das mais belas introduções da história do cinema. O cenário imperial é sugerido por uma imensa pedra como se lá fosse o trono do rei e embaixo dela estão espalhados por todos os lados os demais animais da fauna local reverenciando a chegada do futuro monarca. Coroando o momento, uma belíssima canção. Aliás, diga-se de passagem, a trilha sonora inesquecível foi super premiada, inclusive sendo agraciada com dois Oscars. Mas voltando ao enredo, ainda quando Simba é um filhote ele conhece Nala, uma pequena leoa que se torna a sua grande companheira de aventuras, porém também conhece a perversidade de seu cruel tio Scar que deseja assumir o reino. Muito malicioso, ele é o responsável pela morte do grande rei leão, mas consegue fazer com que o sobrinho se sinta o culpado por esta tragédia e fuja para um lugar afastado.


A segunda metade da história se passa numa área de vegetação mais abundante e conhecemos os novos amigos de Simba. Timão é da espécie chamada suricata e Pumba é um javali. Os dois são muito animados e levam a vida numa boa e querem a todo custo ensinar o leãozinho a viver no estilo Hakuna Matata, ou, em bom português, simplesmente deixar que a vida se encarregue dos acontecimentos. Assim, quando adulto, Simba reencontra Nala, se enche de coragem e decide voltar para a sua terra de origem e assumir o seu lugar de direito. Exposto o enredo, é fácil identificar o porquê de o desenho ter caído de forma espantosa no gosto popular e nas mais variadas faixas etárias. A obra traz a tona diversos temas que podem ser discutidos em família, afinal as emoções e muitas situações dos animais da história podem ser comparadas com as ações humanas como, por exemplo, a coragem necessária para enfrentar o passado ou para corrigir injustiças. A própria morte aqui é apresentada de forma natural e sem ilusões.

Do início ao fim, são diversas as cenas que tocam fundo o espectador, mesmo que sejam por pequenos detalhes. Graças a percepção técnica e emocional dos diretores Rob Minkoff e Roger Allens podemos sentir o medo e a adrenalina junto com Simba e Nala quando eles encontram uma terra desconhecida que na verdade é um cemitério. Sentir a dor de Mufasa quando seu próprio irmão crava as garras em suas patas minutos antes de uma terrível tragédia. Viver a emoção do protagonista ao conseguir se comunicar com o pai anos após sua morte. Se arrepiar com a sequência final que repete a inicial provando que o ciclo da vida existe. Sem dúvida este filme merece destaque entre os tantos já produzidos pela Disney não só por causa da excelente qualidade estética e realista, graças a um apurado trabalho de vários anos de observação dos animais em habitat natural, mas também porque esta fascinante fábula não saiu de algum livro clássico. O texto é original e figura entre as melhores histórias já criadas para o cinema. Porém, na época do lançamento houve uma polêmica acerca das suspeitas de que seria um plágio de um desenho japonês da década de 1960 de Osamu Tezuka, mas o incêndio foi apagado pela viúva do produtor que declarou se sentir lisonjeada por um estúdio tão grandioso ter se inspirado na obra de seu finado marido, assim como ele também se inspirara nos trabalhos do senhor Walt Disney para a criação dos seus.


O tempo passa e não consegue interferir nenhuma polegada na qualidade ou na atemporalidade dessa obra, esbanjando até hoje o colorido da animação ainda produzida de forma tradicional e com uso de computadores em algumas sequências isoladas como no impressionante estouro da manada de gnus em um momento crucial da história. Para se ter uma idéia da grandiosidade e do capricho da produção, esta cena dura cerca de três minutos, mas demorou dois anos para ser concluída. A narrativa bem conduzida carrega a essência e a ingenuidade das obras que fizeram a fama do estúdio, mas dá vários passos a frente ao introduzir questões e situações até então tratadas de forma velada para o público infantil. Por exemplo, a morte do rei da savana foi a primeira a ser mostrada claramente em uma produção Disney. Enfim, assistir O Rei Leão hoje significa abrir as portas para a nostalgia e recordar momentos felizes da infância, talvez a primeira ida ao cinema, a reunião familiar para curtir o tão aguardado VHS ou lembrar daqueles que dividiram a experiência de assistir a este espetáculo visual e que hoje não estão entre nós. Este clássico atraiu os holofotes este ano por causa de seu relançamento em telas grandes por causa da versão 3D e por chegar ao formato de Blu-ray, mas não procure ver esta obra por causa de efeitos especiais ou tridimensionais. O bom e velho DVD basta para conferir este trabalho grandioso e que tem muito mais a oferecer que qualquer recurso tecnológico. Nenhuma novidade pode acrescentar ou suplantar algo nele. Ele é único e inesquecível da maneira que foi concebido e é assim que devemos preservá-lo em nossas memórias. 

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