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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

RELEMBRANDO O OSCAR 2010

Assista nesta postagem um vídeo especial com os vencedores do Oscar 2010

Todos sabem que o Oscar é um prêmio para ajudar os filmes a faturarem alto nas bilheterias e posteriormente no home vídeo. Quem gosta de cinema dificilmente não se deixa deslumbrar quando se depara com a tão famigerada estatueta dourada adornando um cartaz ou a capa de um DVD. Os leigos então nem se fala. Para eles, tudo que ganha o aval de críticos e entendidos é porque deve ser ótimo. Nem sempre é assim. Anualmente, grandes produções, outras modestas, algumas independentes e também títulos estrangeiros lutam por uma vaguinha que seja no maior prêmio da indústria cinematográfica para conseguirem uma visibilidade maior no circuito de exibição, mas nem sempre os que conquistam essa honra realmente a merecem. E nesse jogo de interesses muitas produções excelentes acabam não ganhando destaque e ficam fadadas a colher minguados frutos financeiro e sem o devido valor que o público lhes devia dispensar.

Visando aumentar a lucratividade de filmes menores, dos que agradam aos críticos e não deixando as superproduções de fora, a Academia decidiu em 2010 indicar dez títulos para o prêmio de Melhor Filme, o dobro do habitual. A idéia surgiu pouco tempo depois da cerimônia do ano anterior quando o elogiadíssimo Batman – O Cavaleiro das Trevas ficou de fora da disputa pelo troféu principal. Tal indicação seria muito importante para a vida útil deste filme do Homem-Morcego (como se precisasse de publicidade extra).
Assim, chegamos a uma listagem irregular de candidatos e muitas concessões foram feitas. Concorrendo a Melhor Filme e a apenas mais uma única categoria, não há muita lógica em a lista abrigar Um Sonho Possível e Um Homem Sério. O primeiro caso se deve a popularidade da produção de conteúdo edificante enquanto o segundo é pura marmelada para ficar bem com os irmãos Ethan e Joel Coen. UP – Altas Aventuras já era o franco favorito na categoria de animação, mas ocupou uma vaga aqui. Esses são apenas alguns exemplos de equívocos, mas ao menos nesta edição tivemos uma surpresa, ou melhor, duas. Kathryn Bigelow e seu Guerra ao Terror venceram o favoritismo do trabalho de seu ex-marido James Cameron e seu Avatar. O longa sobre a guerra do Iraque venceu como Melhor Filme e Melhor Direção. Detalhe, retomando a idéia dos primeiros anos da festa de ter um número grande de indicados na categoria principal, não houve enrolação na hora de citá-los antes do anúncio final. O ator Tom Hanks fez a entrega mais rápida da história do Oscar. Simplesmente entrou no palco, abriu o envelope e declarou o vencedor. Seria raiva por ele não ter mais sido lembrado pela Academia para concorrer a quase uma década?
Entre os grandes perdedores da noite estão Bastardos Inglórios, que faturou apenas o prêmio de coadjuvante pela atuação de Christopher Waltz, Amor Sem Escalas, que só estava lá para ocupar lugar, e Educação, um ótimo filme sobre escolhas que fazemos na vida.


Não deixe de assistir o vídeo especial com os vencedores do Oscar 2010. Basta clicar na imagem abaixo.

O Oscar acertou premiando...
Jeff Bridges Dificilmente um ator que se mete a interpretar um músico no cinema não é lembrado pelo Oscar, pelo menos nos últimos anos foi assim. Em Coração Louco o ator vive um astro da música country em busca da redenção. Já era tempo de ganhar o troféu após diversas indicações. Correção do passado, mas com comprometimento com o presente.
Sandra BullockA Academia adora premiar os artistas que são queridinhos do público e em 2010 foi a vez da rainha das comédias água com açúcar. Como ela se dedica a um gênero que os votantes costumam desprezar e suas interpretações geralmente tendem a se repetir, aproveitaram que ela fez um trabalho digno no campo do drama em Um Sonho Possível e resolveram laureá-la. Vai saber quando teriam outra oportunidade.
Mo’NiqueExiste uma certa resistência em aceitar para o prêmio atrizes especializadas no campo do humor, mas em 2010 não teve jeito. A rotunda comediante negra surpreendeu apostando no drama em Preciosa com uma interpretação forte e violenta como a mãe com hábitos rudes que despreza a própria filha. Muito merecido o prêmio.
Merecia ter ganhado...

AvatarO único entre os dez finalistas que reunia o maior número de elementos premiáveis e de quebra ainda ser considerado uma inovação, um marco cinematográfico. O Oscar não se deixou seduzir e deu apenas três prêmios técnicos ao longa que por trás de todo seu impacto visual  possui uma mensagem importante de conscientização. Dos troféus que faturou, Melhor Direção de Arte é discutível, afinal a maior parte dos cenários foram construídos por computador. Assim até os desenhos animados mereciam ser indicados na categoria.
Colin FirthLembrado por papéis coadjuvantes ou como o galã de meia idade de várias comédias românticas, finalmente ele encarnou um papel capaz de chamar a atenção dos votantes do Oscar. Como o professor homossexual que sofre com a perda do companheiro, seu papel em Direito de Amar, o ator aparece envelhecido, depressivo e quase o tempo demonstra suas emoções através de gestos e olhares melancólicos. Papel muito difícil.
Meryl StreepEla mais uma vez. Convenhamos, dá muito mais trabalho compor uma personagem que existiu de verdade, com direito a sotaque, voz diferenciada e trejeitos, do que atuar como uma pessoa da época contemporânea e consciente de seus deveres como cidadã e para lidar com seus semelhantes. O empenho de Meryl em Julie e Julia para reviver uma excêntrica cozinheira foi esnobado em troca da política da boa vizinhança praticada com Sandra Bullock.
Stanley TucciSabe aqueles atores que você sabe que fizeram um monte de filmes e geralmente roubaram a cena em papéis secundários, mas não se lembra os nomes? Tucci provavelmente é um deles. Na pele de um covarde pedófilo em Um Olhar do Paraíso poderia tranquilamente ter colocado as mãos no troféu e de quebra alavancar sua carreira. Na realidade ele é o protagonista do longa, mas em uma manobra mercadológica acabou sendo inscrito no prêmio como coadjuvante para aumentar suas chances. Foi em vão.
Estava perdido na festa...
Um Homem SérioJá está ficando chato. Será que toda vez que Ethan e Joel Coen lançarem um filme também ocuparão vagas nas premiações? Não existem outros nomes para a Academia indicar e posar de intelectual? O longa sobre um homem azarado que busca se tornar uma pessoa séria e respeitável é vendido como uma comédia, mas são poucos que enxergam humor nesta obra.
NineMais um musical tentando escrever seu nome na história do cinema. Visualmente deslumbrante, no conjunto e no enredo ele não agrada muito. São várias atrizes que ganham seu esquete para literalmente brilharem e seduzirem ou confortarem o cineasta em crise vivido por Daniel Day-Lewis. Perdeu as quatro indicações, incluindo a de Melhor Atriz Coadjuvante para Penélope Cruz. Havia campanha a favor, mas ela já tinha ganho o mesmo prêmio um ano antes enfraquecendo suas chances.
O Oscar esnobou...
Um Olhar do ParaísoUm dos títulos mais emocionantes de 2009 não teve o merecido reconhecimento da Academia. Ora mostrando o sofrimento da família que teve uma filha abusada e morta por um desconhecido e ora focando no remorso e ao mesmo tempo desejo do assassino, este é um filme que trata de um tema polêmico, mas ainda assim ele não é traumático. Uma obra que merecia indicações importantes, como pela direção segura e coesa de Peter Jackson. Será que só quando ele faz megaproduções é que se lembram dele?
Tom Ford e Julianne MooreDireito de Amar não deve ser visto como um trabalho para levantar bandeira quanto aos direitos dos homossexuais, mas sim como uma obra reflexiva sobre os caminhos que tomamos para nossas vidas e a importância que tem as pessoas que cruzam ela. O estilista Tom Ford fez uma estréia excelente na direção sem firulas ou inovações, mas provando ter muito talento para dirigir atores e lidar com emoções. Já Julianne Moore, como sempre, está ótima no papel da melhor amiga e antigo affair do protagonista, embora sua participação não seja extensa. Ambos mereciam estar entre os finalistas da premiação.
Coco Antes de ChannelHavia uma forte corrente que torcia para que mais este filme francês fizesse bonito no Oscar concorrendo em várias categorias, afinal cinebiografias costumam agradar os membros votantes. A indicação a Melhor Figurino foi apenas para consolação. Até Audrey Tatou tinha chances para concorrer como Melhor Atriz, mas não rolou.
Brilho de Uma PaixãoA diretora Jane Campion fez história no passado quando seu filme O Piano faturou três importantes Oscars. Investindo mais uma vez em um romance de época, desta vez sobre dois jovens de mundos distintos que se apaixonam de forma obsessiva, ela não teve sorte. Apenas a indicação a Melhor Figurino recebeu. Mas como desprezar os belos cenários e a fotografia impecável? Estas indicações fizeram falta para dar certa visibilidade ao filme e para que o Oscar 2010 tivesse ao menos um forte candidato épico para manter as tradições.
Entre IrmãosRefilmagem de uma obra da Dinamarca, este drama foi talhado para conquistar indicações ao Oscar, mas foi tudo por água abaixo. Os votantes não se envolveram com a história de dois irmãos que se encontram em uma difícil situação envolvendo a esposa e as filhas de um deles. Tobey Maguire era dado como certo para ocupar uma das vagas de Melhor Ator, mas o longa poderia render outras menções, inclusive uma dupla indicação na mesma categoria já que Jake Gyllenhaal tem tanta importância na história quanto seu parceiro de cena. Infelizmente, foi totalmente limado da festa.

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