Assista nesta postagem um vídeo especial com os vencedores do Oscar 2008
A 80º edição do Oscar por pouco não aconteceu. Naquele ano os roteiristas de Hollywood entraram em greve e deram um belo susto nos mandas chuvas dos estúdios e produtoras. Sem eles também não há cerimônia, já que um time de escritores é recrutado para escrever as baboseiras que os apresentadores da festa dizem. Bem vendo por este lado até que a paralisação de seus trabalhos seria benéfica. De qualquer forma, a situação com o sindicato da categoria foi resolvido a tempo e evitou um grande baque para a Academia de Cinema que por pouco não ficou sem realizar sua premiação justamente quando comemorava um importante aniversário. Vale lembrar que o Globo de Ouro daquele ano acabou se resumindo a uma rápida cerimônia na qual profissionais da imprensa anunciaram os vencedores, mas não houve discursos e nem mesmo os premiados recebendo seus troféus.
Mantendo a linha dos últimos anos, novamente a Academia resolveu premiar um longa contemporâneo e forte. Com cara e título que remete ao gênero western, Onde os Fracos Não Têm Vez conquistou importantes troféus, inclusive o principal, confirmando os nomes dos cineastas Ethan e Joel Coen em um seleto grupo de Hollywood. Praticamente como uma marca, seus nomes estampados em cartazes chamam a atenção de cinéfilos e vira e mexe suas obras se tornam apostas certeiras para indicações a prêmios, embora algumas vezes o peso desse marketing involuntário gere barulho demais a troco de nada.
Entre os intérpretes, a única surpresa foi Tilda Swinton eleita a Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em Conduta de Risco. As apostas eram em Cate Blanchett que viveu uma das interpretações do músico Bob Dylan no cult Não Estou Lá. Ela também concorria como atriz principal revivendo o papel principal de Elizabeth – A Era do Ouro. Já na parte dos prêmios técnicos, O Ultimato Bourne faturou três troféus, sendo o único título da trilogia a ganhar tal reconhecimento. Como Oscar nos remete a filmes de época pelo seu histórico, havia muita expectativa em torno de Desejo e Reparação que acabou ganhando apenas o prêmio de Melhor Trilha Sonora.
Entre os intérpretes, a única surpresa foi Tilda Swinton eleita a Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em Conduta de Risco. As apostas eram em Cate Blanchett que viveu uma das interpretações do músico Bob Dylan no cult Não Estou Lá. Ela também concorria como atriz principal revivendo o papel principal de Elizabeth – A Era do Ouro. Já na parte dos prêmios técnicos, O Ultimato Bourne faturou três troféus, sendo o único título da trilogia a ganhar tal reconhecimento. Como Oscar nos remete a filmes de época pelo seu histórico, havia muita expectativa em torno de Desejo e Reparação que acabou ganhando apenas o prêmio de Melhor Trilha Sonora.
Não deixe de assistir o vídeo especial com os vencedores do Oscar 2008. Basta clicar na imagem abaixo.
O Oscar acertou premiando...
Daniel Day-Lewis – Ele emocionou o mundo no final da década de 1980 interpretando um deficiente com um talento peculiar para as artes e faturou um Oscar. Depois disso se envolveu em alguns projetos de categoria e outros que pouco foram vistos ou bem criticados. Assim, cada vez mais este ator foi espaçando suas aparições no cinema, aceitando apenas atuar quando realmente acha que lhe ofereceram um bom personagem e que o filme também seja de bom nível. Com Sangue Negro ele praticamente venceu todos os prêmios da temporada vivendo um pai de família durão que vive da exploração de petróleo. Foram quatro anos dedicação ao projeto e o resultado não poderia ser outro: excelente e recompensado com o Oscar.
Marion Cotillard – Até o último momento havia dúvidas se a atriz francesa venceria por sua interpretação da cantora Edith Piaf, mas não deu outra. A Academia adora biografias de artistas, principalmente quando percebe que seu intérprete se dedicou ao máximo para chegar bem próximo de uma cópia fiel do homenageado. Piaf – Um Hino ao Amor ganhou também como Melhor Maquiagem, mas poderia ter tido outras indicações. Curiosamente não concorreu ao prêmio de filme estrangeiro.
Ratatouille – Mais uma vez a Disney/Pixar faturou o prêmio de Melhor Filme de Animação. Não havia como resistir a doçura de um ratinho que manda muito bem na cozinha e que com sua bondade ajudou um rapaz atrapalhado a descobrir seu talento escondido. Como eram apenas três candidatos neste ano, tava na cara que ganharia, apesar de que a França estava no caminho com Persépolis, animação estilosa muito elogiada e que percorreu festivais no mundo todo.
Merecia ter ganhado...
Desejo e Reparação – Entre as décadas de 1980 e 1990, os épicos de origem ou estilo britânico eram produções que sempre marcavam presença no Oscar graças a produtores experientes e que se tornaram sinônimos de bom cinema. Anos depois, um estúdio independente ocupou essa vaga, mas já fazia algum tempo que os grandes romances e dramas de época estavam em baixa no Oscar. Desejo e Reparação era a volta aos bons tempos e tinha muita torcida a favor, inclusive era favorito ao grande prêmio, mas das sete indicações ganhou apenas por sua trilha sonora.
Julian Schnabel – O artista plástico começou tarde no cinema e com apenas três longas-metragens no currículo conquistou muitos elogios mundo a fora por O Escafandro e a Borboleta. Seu filme fala de um homem que sofreu um derrame que paralisou seu corpo, mas não seu cérebro, assim ele conseguiu ditar um livro piscando apenas um olho, uma espécie de código. Não bastasse o tema difícil, o cineasta ainda exigiu que o roteiro escrito em inglês fosse reescrito em francês. Por tantos esforços, ele merecia o Oscar como recompensa.
Julie Christie – A sensível e emocionante atuação da veterana atriz como uma mulher tentando superar as dificuldades da Doença de Alzheimer é de tocar o coração de qualquer um. Há anos sem ser indicada ao prêmio, esta era uma boa oportunidade para laureá-la pela segunda vez. A diretora Sarah Polley seria um bom nome para engordar o restrito grupo de mulheres indicadas na categoria, mas estava presente na festa concorrendo como Melhor Roteiro Adaptado.
Sweeney Todd – Mais uma vez Tim Burton bateu na trave. Seu macabro musical deixou sua marca na festa, o ator Johnny Depp conquistou mais uma indicação e o longa venceu como Melhor Direção de Arte. Merecia também o prêmio por seu figurino e ser indicado por sua fotografia, maquiagem e, principalmente, direção.
Estava perdido na festa...
Tommy Lee Jones e Viggo Mortensen – Os cavaleiros solitários da noite estavam lá só para marcar presença e lembrar que seus filmes existem. Apesar de muito bons, os filmes No Vale das Sombras e Senhores do Crime não foram valorizados pela Academia e ganharam a indicação de consolo pelas excelentes atuações de Jones e Mortensen respectivamente.
Amy Ryan e Hal Holbrook – Ela despontando para o sucesso e ele já uma figura conhecida pelo cinema, mas até então ignorado do Oscar. Em 2008, foram indicados como melhores atores coadjuvantes respectivamente por Medo da Verdade e Na Natureza Selvagem, mas nem todos os elogios que colheram na temporada de premiações fizeram a cabeça dos votantes. Ambos os filmes mereciam ser lembrados em outras categorias também.
O Oscar esnobou…
Elizabeth – A Era do Ouro – Da primeira vez que Cate Blanchett encarnou a Rainha Elizabeth I o longa já não se saiu bem na premiação do Oscar e não foi diferente. Só foi premiado por seu belo figurino e a atriz foi mais uma vez derrotada. O filme merecia outras indicações, ao menos para sua parte artística.
Brad Pitt – Depois que saiu vitorioso do Festival de Veneza por sua atuação em O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford, a indicação do ator já era dada como certa, assim como um bom desempenho do longa na campanha para o Oscar. Acabou sendo indicado a apenas dois prêmios sendo um deles para ator coadjuvante pelo desempenho de Casey Affleck.
O Caçador de Pipas – Um dos filmes mais comentados de 2007 chamou a atenção do mundo todo já amparado pela boa recepção que o seu livro de origem recebeu, mas a Academia simplesmente concebeu uma única indicação ao longa para sua trilha sonora.
Hairspray - Em Busca da Fama – Mais um musical de sucesso da Broadway cuja versão cinematográfica foi ignorada pelo Oscar. Inegável que os figurinos já valeriam no mínimo uma indicação, mas as atuações vigorosas da novata Nikki Blonski e de John Travolta encarnando uma rechonchuda dona de casa serem esquecidas é um fato que não tem explicação.
Um comentário:
Curiosamente, não conferi muitos filmes dessa edição, mas admito que "Onde os Fracos Não Têm Vez" é um grande filme, desses que realmente se mostram assombrosamente bons. O mesmo digo de "Desejo e Reparação", filme que me deixou boquiaberto e tenso, ainda estou para ver a interpretação de Cotillard, de Swinton, de Lewis...
Postar um comentário