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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

RELEMBRANDO O OSCAR 2007

Assista nesta postagem um vídeo especial com os vencedores do Oscar 2007

Para quem ainda defende a idéia de que para um filme ser considerado o melhor do que foi produzido em um ano é preciso que ele reúna o máximo de características consideradas premiáveis entre as que são comumente julgadas, a maior parte das festas do Oscar realizadas durante a década de 2000 foi uma tremenda decepção. A concepção de que figurinos, cenários, trilha sonora, boa fotografia, enfim todos os atributos técnicos e visuais são importantes na hora da escolha do favorito foram enterrados pela Academia. Cada vez mais ela opta por produções contemporâneas em que se destacam seus elencos ou roteiros. O que vier de prêmios fora dessas categorias é lucro, porém, tais títulos visualmente são tão comuns que com o tempo as lembranças das estatuetas douradas recebidas são totalmente esquecidas e o filme acaba se tornando um projeto qualquer para alimentar as madrugadas da TV.

Em 2007, talvez para corrigir erros do passado, a Academia neste ano elegeu Os Infiltrados, produção dirigida por Martin Scorsese que finalmente ganhou seu Oscar tão aguardado, porém, o filme não faz jus as láureas que recebeu. Já passado alguns anos, o título não marcou e passa facilmente a imagem de suspense policial que vez ou outra irá tapar buracos nas madrugadas da TV.
Entre os artistas, as vitórias de Helen Mirren, Forest Whitaker e Jennifer Hudson já eram esperadas, mas causou espanto a derrota de Eddie Murphy para um concorrente que não despontava como favorito. Conhecido por papéis tolos principalmente em comédias, o ator teve finalmente um papel digno em Dreamgirls – Em Busca de Um Sonho, mas não rolou. Quem também deve ter saído triste da festa foram os executivos da Disney e da Pixar que mais uma vez viram um de seus super produtos perder o prêmio de Melhor Longa de Animação. Carros parou na estrada com a pedra de gelo que Happy Feet – O Pinguim jogou em seu caminho.
Provando que o Oscar é festa do cinema mundial, os espanhóis compareceram em peso, apesar de Pedro Almodóvar ter visto seu Volver ser ignorado como Melhor Filme Estrangeiro, mas Penélope Cruz estava entre as concorrentes de atriz principal representando o longa. Injetando ânimo quente na festa estavam Alejandro Conzález Iñarritu, Alfonso Cuarón e Guillermo Del Toro, respectivamente com seus trabalhos Babel,  Filhos da Esperança e O Labirinto do Fauno, mas só este último fez bonito saindo com bons prêmios.
Nesta edição não houveram realmente desapontados, mas sim muitos longas indicados em apenas uma ou duas categorias que já sabiam que não teriam chances, mas era esperado um desempenho melhor de A Rainha, Babel e Diamante de Sangue. Por outro lado, o badalado documentário sobre meio ambiente e os perigos das ações desordenadas do ser humano não só ganhou o prêmio de sua categoria como também faturou o troféu de Melhor Canção, uma exceção na história da premiação.


Não deixe de assistir o vídeo especial com os vencedores do Oscar 2007. Basta clicar na imagem abaixo.

O Oscar acertou premiando...
Martin ScorseseDepois de cinco indicações a Melhor Diretor finalmente ele recebeu sua sonhada estatueta dourada. Ele já havia concorrido por outros trabalhos melhores e que lhe exigiram bem mais dedicação, mas o prêmio recebido por Os Infiltrados serviu para reparar injustiças do passado e até para limpar a imagem da Academia que podia ficar manchada se nunca desse um Oscar a este grande cineasta, afinal podia ter sido a última chance. Felizmente não foi sua derradeira indicação.
Helen MirrenFaturando todos os prêmios aos quais era indicada, a veterana atriz incorporou com perfeição a rainha da Inglaterra Elizabeth II e foi ajudada por sua impressionante semelhança física com a homenageada. Curiosamente, no mesmo ano de A Rainha ela também foi elogiada e ganhou prêmios interpretando Elizabeth I em um telefilme. O ano era dela, não tinha jeito.
Pequena Miss SunshinePara quem tem pavor de ouvir falar naquelas comédias que os mais intelectuais elogiam com medo de ser um tremendo abacaxi é porque nunca viu este longa independente. Pouco a pouco ele foi conquistando crítica e público, papando os prêmios e faturou os Oscars de roteiro original e ator coadjuvante para Alan Arkin, uma zebra da noite.
O Labirinto do FaunoA produção mexicana foi indicada a seis prêmios e venceu três em categorias que era imbatível, porém, o longa tinha fôlego para mais. Poderia tranquilamente vencer todas as que concorria e ainda chegar a concorrer como Melhor Filme e Guillermo Del Toro ser eleito o Melhor Diretor. A perda de Oscar de filme estrangeira para A Vida dos Outros da França foi outra tremenda zebra.
Merecia ter ganhado...
Alejandro González Iñarritu  Preocupação com problemas sociais e o uso da narrativa fragmentada são marcas deste cineasta, mas em Babel ele se superou. Filmou trechos de histórias passadas em diversos países distintos, mas todos eles se interligam devido a um fatídico episódio. Para conduzir esse mosaico não é fácil e o prêmio de Melhor Diretor seria merecido.
Meryl StreepTantas vezes indicadas e tantas vezes aplaudindo as concorrentes, já era de se esperar que ela novamente não ganharia seu terceiro Oscar. Com essa política de evitar repetições exageradas a Academia deixa de premiar desempenhos fantásticos. Meryl é a alma de O Diabo Veste Prada e prova que nem só com dramas sabe trabalhar. Quem sabe se não tivesse Helen Mirren no caminho o gênero comédia ia se consagrar na noite através de uma grande atriz.
Dreamgirls – Em Busca de Um SonhoAté o último momento antes de serem anunciados os indicados, a presença deste musical na categoria principal era dada como certa. No final, somou oito indicações, sendo três para canções, que resultaram em dois prêmios. Jennifer Hudson ganhou como atriz coadjuvante e Eddie Murphy amargou sua derrota, apesar de ser o favorito da categoria de atores por papéis secundários. O diretor Bill Condon também poderia ter ficado entre os finalistas e até seria compreensível ver Beyoncé Knowles sendo indicada ao prêmio de atriz.
Estava perdido na festa...
Clint EastwoodAcostumado a arrasar na festa do Oscar, em 2007 o ator e diretor queria duas chances mais de concorrer e fez dois filmes, duas versões diferentes de um fato histórico da época da Segunda Guerra. A versão americana A Conquista da Honra e a japonesa Cartas de Iwo Jima foram bem avaliadas pela crítica, mas não surpreenderam em número de indicações. No filme apenas o segundo levou um prêmio técnico.
Ryan GoslingAcostumado a papéis secundários ou ganhar destaque em produções mais comerciais, o ator chamou a atenção vivendo um professor viciado em crack em Half Nelson. A Academia adora tipos desajustados em busca de redenção, mas sem o estofo de outras indicações para o longa as chances de vencer eram praticamente nulas.
Peter O’TooleQuem é vivo sempre aparece. Depois de sete indicações e nenhum prêmio, a Academia já até tinha dado em 2003 um Oscar pelo conjunto da obra ao veterano ator, mas não esperava que ele não desistiria de tentar conquistar um troféu através da competição. Em Vênus ele vive um idoso que renova sua vontade de viver ao conhecer a sobrinha de um grande amigo seu que faz o amor renascer dentro dele.  Sua derrota já era esperada.
O Oscar esnobou...
Filhos da EsperançaO espanhol Alfonso Cuarón adaptou esta história de um futuro apocalíptico com precisão e carregando nas cores fortes. Apesar de ter sido lembrado em três categorias, inclusive roteiro, fez falta as indicações a Melhor Filme e Melhor Direção. O longa teve uma péssima campanha de lançamento em todo o mundo, inclusive em solo americano, o que comprometeu seu desempenho nas premiações.
Annette BeningEla é um nome que agrada aos votantes do Oscar e já até compareceu à cerimônia representando sozinha um filme, mas desta vez sua elogiada atuação como a matriarca de uma família desconjuntada em Correndo com Tesouras não convenceu a Academia. O esquecimento também se deve ao fato do filme ter colhido críticas negativas, mas nada que afete o desempenho da atriz.
Ben AffleckConhecido por atuações em filmes de ação e comédias românticas, quando ele investe em algo que vale a pena a Academia o ignora. Muito elogiado por sua atuação em Hollywoodland – Bastidores da Fama, que lhe rendeu um prêmio no Festival de Veneza, no longa ele interpreta George Reeves, o primeiro ator a vestir o figurino de Super-Homem na televisão e que morreu em circunstâncias suspeitas.
A Maldição da Flor DouradaDepois da enxurrada de prêmios e indicações que anos antes a Academia cedeu a O Tigre e o Dragão, parece que os épicos orientais cansaram os votantes  que apenas indicaram este longa na categoria de Melhor Figurino, mas seus cenários e fotografia arrebatadores também mereciam a lembrança.

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