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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

KATE WINSLET, RAZÃO E SENSIBILIDADE PARA ESCOLHER SEUS TRABALHOS


Ela já estreou em uma produção vem avaliada e com um prêmio importante nas mãos. Logo, muitos cineastas começaram a disputar sua presença em seus longas e assim ela construiu uma carreira invejável com títulos premiados e marcantes. Poderia ter ficado marcada pelo papel de uma certa mocinha em perigo em alto-mar, mas seu talento é muito maior. Kate Winslet é uma das atrizes mais importantes da atualidade e a mais jovem a conquistar seis indicações ao Oscar, sendo que da última vez saiu vitoriosa da festa. Pelo andar da carruagem, daqui a pouco podemos considerá-la a nova Meryl Streep, não só por sua presença constante nas premiações, mas também pelas interpretações fortes e bom faro para escolher seus projetos.

Kate Elizabeth Winslet nasceu em 05 de outubro de 1975 na Inglaterra e sua família já vivia no mundo das artes cênicas. Seus pais, Roger e Sally, eram atores, e seus avós, Oliver e Linda Bridges, trabalharam como administradores de um teatro. Crescendo em meio a este mundo, a moça sempre foi fascinada por ele e aos onze foi estudar teatro na Redroofs Theater School, um curso de prestígio bancado por sua avó. Aos treze estreou em um comercial do cereal e logo surgiram convites para atuar em séries e filmes feitos para a televisão paralelos a outros projetos teatrais. Mas não demorou muito para a atriz chegar ao cinema e aos dezessete anos já era elogiada em sua estréia nas telas grandes no drama Almas Gêmeas (1994), curiosamente escrito e dirigido por Peter Jackson, hoje um sinônimo de cinema escapista. No longa ela vive uma jovem que tem uma amizade muito intensa com outra garota e juntas decidem que nada no mundo iria separá-las. A relação desperta a preocupação de suas famílias e os comentários maldosos. Kate venceu dezenas de concorrentes que almejavam o papel e estreou com o pé direito ganhando o Urso de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Berlim.

Após uma estréia fenomenal é comum nutrir grandes expectativas acerca do próximo trabalho, mas Kate se decepcionou com o papel de Princesa Sarah que viveu na aventura Um Garoto na Corte do Rei Arthur (1995). Como grande parte das produções Disney feitas com atores de verdade e destinadas a agradar principalmente o público infanto-juvenil, o filme foi um fracasso e muitos críticos afirmavam que uma atriz tão talentosa deveria se esquivar de projetos dessa linha e a própria Kate admitiu que o filme era mesmo muito ruim. Talvez o dinheiro e a grife da produtora tenham a levado a tomar a decisão de participar do longa. Porém, esse equívoco foi logo esquecido quando no mesmo ano a atriz e roteirista Emma Thompson lançou com a direção do cineasta Ang Lee o drama romântico de época Razão e Sensibilidade, baseado no livro homônimo de Jane Austen. A princípio ela teria um papel pequeno, mas acabou sendo protagonista ao lado de Emma. Elas vivem duas irmãs que sonham em realizar bons casamentos, mas as perdas financeiras da família podem dificultar tudo. Com o título bem avaliado por crítica e público, em uma estratégia da produtora, a jovem atriz foi inscrita nas premiações na categoria de coadjuvante para aumentar suas chances. O resultado foram suas primeiras indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro e o prêmio do Bafta.

Com o sucesso, pôde buscar então papéis mais desafiadores em filmes de pouca repercussão, mas talvez nem ela mesmo soubesse onde estava pisando ao mudar seu foco e mirar em uma super produção. Aceitou o convite de James Cameron, cineasta conhecido por longos períodos de hiato entre uma produção e outra, mas que sempre que lança um filme traz algo mirabolante para deixar as platéias boquiabertas. Na realidade o convite partiu da própria atriz que não se envergonha em pedir trabalho quando lhe interessa. Logo que leu o roteiro de Titanic (1997), Kate decidiu que a mocinha da história era perfeita para ela, mas o diretor e a produtora Fox queriam alguém mais conhecida, mas lutou até conseguir ser a protagonista. O papel lhe exigiu muito emocionalmente e fisicamente, até porque na época ela não estava muito magrinha, mas o esforço foi recompensando. A história de amor entre Rose e Jack, vivido por Leonardo DiCaprio, interrompida por um trágico acidente em alto-mar conquistou uma das maiores bilheterias de todos os tempos e papou praticamente todos os prêmios da temporada. No Oscar, a obra conquistou nada mais nada menos que onze estatuetas, mas a atriz ficou só na indicação, o suficiente para que ela se tornasse uma das atrizes mais requisitadas, porém, ela manteve seu interesse em projetos menores ou com conteúdo. Não se entregou a quaisquer papéis.


Descansando a imagem

Após a super exposição que teve com Titanic, era hora de descansar a imagem. Kate declinou os convites para protagonizar Shakespeare Apaixonado e Anna e o Rei, que também poderiam ter lhe rendido indicações a prêmios, e optou por atuar em O Expresso de Marrakesh (1998), filme de pouco distribuição em todo o mundo e talvez por isso mesmo tenha chamado a atenção da moça. Ela interpreta uma mulher com duas filhas pequenas que parte para uma viagem ao Marrocos em busca de aventuras e descobertas nos anos 70. Durante as filmagens ela conheceu seu primeiro marido, o assistente de direção Jim Threapleton, com quem teve uma filha. O casamento acabou em 2001. Nesse período atuou em Fogo Sagrado (1998), na mesma linha de seu trabalho anterior. Aqui sua personagem parte para a Índia também em busca de aventuras, mas acaba obcecada por um culto religioso. Já em Enigma, lançado no ano da separação, mas cujas filmagens foram concluídas um ano antes, ela ajuda o personagem de Dougray Scott a desvendar o mistério do desaparecimento da namorada do rapaz que podem ter ligações com enigmas nazistas no período da Segunda Guerra Mundial.

Em 2001, começou a emplacar mais de um trabalho por ano com chances de serem indicados a prêmios. Em Contos Proibidos do Marquês de Sade ela vive a funcionária de um sanatório que se encarrega de distribuir para fora do local os contos de perversão escritos pelo tal nobre que foi isolado como um louco perigoso. Aqui ela provou não ter medo de ficar nua em cena. Porém, as indicações vieram com sua interpretação da escritora Iris Murdoch quando jovem no drama Iris.

Três anos depois, em 2004, novamente os críticos se viram divididos entre mais duas boas atuações de Kate. Ela vive uma mãe solteira com muitos filhos no drama Em Busca da Terra do Nunca, que conta como foi supostamente criada a história de "Peter Pan" baseada na rotina imaginativa dessas crianças. Sua interpretação é boa e tocante, mas enconberta por seu parceiro de cena Johnny Depp. Os votantes das premiações então a apoiaram pela inusitada mistura de comédia e drama de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, na qual ela faz uma moça que se submete a um revolucionário tratamento para esquecer as memórias afetivas com o objetivo de esquecer o flerte que teve com o personagem de Jim Carrey. Kate comprovava o seu prestígio junto a Academia de Cinema e conquistava sua quarta indicação ao Oscar, enquanto Carrey mais uma vez era preterido injustamente. Durante as filmagens, ela descobriu que estava grávida do namorado, o diretor Sam Mendes, e então eles se casaram.

Tentando experimentar outros gêneros, em seguida Kate se uniu a um elenco de primeira para o musical pouco conhecido Romance e Cigarros (2005), dirigido pelo também ator John Turturro. Aqui ela faz uma mulher sedutora responsável por abalar as estruturas de um casamento. De sedutora para romântica atrapalhada, no ano seguinte ela experimentou o gênero comédia romântica com O Amor Não Tira Férias no qual sua personagem troca de casa e país com Cameron Diaz, ambas com o objetivo de se recuperarem de desilusões amorosas, mas logo um novo amor surge para elas em seus respectivos novos lares. Também em 2006, se reuniu com grandes estrelas para o drama A Grande Ilusão, refilmagem para a TV do clássico homônimo dos anos 40 onde aparece como uma femme falale clássica, e viveu uma mulher casada que mantêm um caso as escondidas com um homem também comprometido em Pecados Íntimos. Resumido em poucas palavras, o enredo deste último pode parecer batido, mas de qualquer forma rendeu a quinta indicação da moça ao Oscar.

Somente em 2009 Kate finalmente foi laureada pela Academia de Cinema pelo drama O Leitor (2008) no papel de uma mulher no banco de réus acusada de crimes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e que se envolveu com um adolescente no passado. Como de praxe na mesma temporada ela contabilizava mais uma grande interpretação. No Globo de Ouro, além do prêmio por este filme, ainda foi premiada por Foi Apenas um Sonho em que foi dirigida pelo marido Sam Mendes e reencontrou após mais de uma década Leonardo DiCaprio. Aqui ela vive uma esposa frustrada com o casamento e tentando salvá-lo e a ela mesma. As duplas indicações foram possíveis porque em algumas premiações é aceita mais de uma candidatura de um artista em uma mesma categoria ou foi usada a estratégia de em um dos trabalhos ela ser inscrita como coadjuvante. Assim aquele foi o ano dela sem dúvida alguma

Depois dessa segunda temporada de super exposição, a atriz saiu um pouco de cena, até mesmo por causa de sua segunda separação ocorrida em 2010, mas em 2012 ela promete estar de volta aos holofotes com os lançamentos dos filmes Contágio e Deus da Carnificina, que contam com cineastas experientes e prestigiados em seus comandos, respectivamente Steven Soderbergh e Roman Polanski, um passo a frente na corrida dos títulos a prêmios. Será que Kate Winslet emplacará sua sétima indicação ao Oscar em tempo recorde? Se cuida Meryl Streep, tem gente de olho na sua posição na história da premiação.

2 comentários:

Rafael W. disse...

Uma das minhas atrizes favoritas, extremamente versátil e que sabe escolher seus projetos.

http://cinelupinha.blogspot.com/

Cristiano Contreiras disse...

Minha atriz predileta!

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