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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

ESQUECERAM DE... FALANDO DE SEXO

Lançado primeiramente em festivais, onde a princípio as comédias parecem ser pouco apreciadas, Falando de Sexo (2001) acabou ganhando o status, sem querer, de raridade cult. A fita é um dos poucos casos de obra que permaneceu inédita no circuito comercial do mundo todo por mais de dois anos. No Brasil, a espera foi ainda maior e mesmo quando lançada tudo foi feito de forma modesta e hoje são poucos os que conhecem esta divertida história. O diretor John McNaughton construiu uma narrativa que usa um tema comum em comédias, um casal em crise, temperou com um clima de erotismo sem precisar exibir cenas constrangedoras e ainda introduziu personagens coadjuvantes tão interessantes quanto os protagonistas.

Melinda (Melora Walters) e Dan (Jay Mohr) formam um casal com sérios problemas de relacionamento. Eles não brigam o tempo todo, pelo contrário, até se dão muito bem no dia-a-dia. O caldo entorna mesmo é na cama, pois ele não consegue sentir desejo por ela e o seu "Sr. Feliz" (o apelido de seu pênis) não dá sinais de vida. Quando o marido confessa que, acidentalmente, transou com uma garçonete dentro do próprio carro, sua esposa entra em profunda depressão achando que o problema dele só se manifesta com ela. Assim, o casal acaba procurando o auxílio da consultora matrimonial Emily Page (Lara Flynn Boyle), esta que os encaminha para um especialista em depressão, o Dr. Roger Klink (James Spader). Dan não acredita no tratamento, mas Melinda insiste e acaba sofrendo um abuso sexual por parte do médico.

Apesar de tudo acontecer com seu consentimento, Melinda aceita a idéia de Emily de levar o caso a justiça para tirar proveito da situação e lucrar. Na realidade a doutora quer se vingar. Ela precisou pagar uma bela multa por ter anunciado seus serviços em um banco de espaço público e não acha justo que um profissional se relacione com uma paciente e fique tudo numa boa. Assim, começa uma batalha judicial onde, além dos egos dos doutores falarem mais alto e a imaginação de Melinda voar longe, para desespero do marido, ainda há conchavos e intrigas entre os advogados Ezri Stovall (Bill Murray), que representa o acusado, e Connie Barker (Catherine O´Haara), que está defendendo a tal vítima. Ambos buscam uma resolução que beneficie suas vidas e não propriamente a dos seus clientes. Eles também contam com a ajuda de dois investigadores, Felix (Hart Bochner) e Helen (Kathryn Erbl), cada um investigando a vida de um dos contratantes.


Por trás de todo esse julgamento existe a ganância e o amor regendo a vida de todos os envolvidos. A vítima que não é vítima em busca de lucros e seu marido de acordo, mesmo levando a fama de traído, mas eles são realmente apaixonados. Os seus advogados também querem se dar bem, mas acabam se descobrindo atraídos um pelo outro em meio ao processo. Um resultado favorável a apenas um deles não seria muito bom para o relacionamento. Os investigadores que a dupla contrata também formam um casal, mas suas vidas profissionais são independentes, apesar de estarem trabalhando no mesmo caso em busca de fatos comprometedores, porém cada um xeretando a vida de uma pessoa. O acusado quer evitar ter que pagar uma indenização a sua cliente e descobre realmente que está apaixonado por ela. Já a doutora Emily, bem, ela ama sua conta bancária e dependendo do resultado deste emaranhado de armações terá que desembolsar mais uma vez uma grande quantia de dinheiro. Porém, na realidade, ela reprime sentimentos amorosos por Klink e não suportou a idéia dele estar se envolvendo com outra.

Contado em flashback contínuo e longuíssimo, o roteiro é bem amarrado e lembra um pouco comédias antigas daquelas em que uma história principal prepara o terreno para tramas paralelas serem desenvolvidas e no final elas são convertidas em uma só e de forma que todos os personagens tenham alguma ligação. O ator Chevy Chase fez muitos filmes no estilo. Apesar de muitos não gostarem desse tipo de narrativa, é preciso ressaltar que elas são trabalhosas e dificilmente escapam de ter furos. Porém, McNaughton consegue disfarçar muito bem os defeitos de sua produção, que são mínimos, muito apoiado no elenco no qual se destacam Bill Murray e Catherine O´Haara, uma excelente atriz que infelizmente ficou estigmatizada como a mãe de Macauly Culkin em Esqueceram de Mim. Para muitos, o longa é puro clichê e repleto de piadas escrachadas e passagens constrangedoras. Quem pensa assim é porque nunca assistiu a uma comédia adolescente. Falando de Sexo é feito para adultos e adeptos de um humor inteligente, mas sem ser radicalmente cabeça. Um filme difícil de encontrar, mas vale o trabalho da busca.

Um comentário:

renatocinema disse...

Vi tempos atrás e gostei do filme. Meio doido. Mas, curti.

Boas atuações.

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